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Não há ligação entre vacinas e autismo, leucemia ou cancro

As vacinas infantis para o sarampo, papeira  ou rubéola não causam autismo, revela um novo estudo divulgado hoje nos  Estados Unidos, que conclui ainda que são raros os efeitos secundários graves  associados à vacinação das crianças. 

O estudo analisou 20 mil relatórios publicados entre 2010 e 2013 e concluiu  também não existirem quaisquer ligações entre a vacinação e doenças como  leucemia, cancro ou alergias alimentares. 

Os investigadores esperam que estas conclusões ajudem a dissipar receios  propagados pelos ativistas anti-vacinas, entre os quais se contam várias  estrelas de Hollywood, como Jenny McCarthy ou Jim Carrey. 

O estudo, publicado na revista científica norte-americana Pediatrics,  pretende abordar uma tendência crescente de recusa das vacinas entre os  pais nos Estados Unidos e na Europa, o que levou já ao ressurgimento do  sarampo e tosse convulsa em algumas partes do mundo. 

"Concluímos que os efeitos secundários adversos ligados às vacinas são  muito raros e, quando ocorrem, não são necessariamente graves", disse Courtney  Gidengil, pediatra do Boston Children's Hospital, professora na Harvard  Medical School e coautora do estudo. 

"Consideramos que isto reforça as provas de que os benefícios ultrapassam  largamente o baixo risco de efeitos secundários graves das vacinas", acrescentou.

A investigação reforça as conclusões de um estudo de 2011 do Institute  of Medicine, que apontavam alguns efeitos secundários relacionados com as  vacinas, mas encontrava "raros problemas de saúde causados ou claramente  associados à vacinação". 

O relatório agora publicado inclui o estudo de várias vacinas que não  foram analisadas no estudo de 2011, nomeadamente as da hepatite A, meningites [Haemophilus influenzae type b (Hib)], poliomielite, rotavírus e vacina  pneumocócica conjugada. 

Os efeitos secundários das vacinas do sarampo, papeira e rubéola (VASPR)  e da vacina pneumocócica conjugada incluem febre e convulsões, enquanto  as vacinas VASPR e a da hepatite A surgem ligadas ao surgimento de purpura  (rutura de pequenos vasos sanguíneos debaixo da pele. 

Foram recolhidas também algumas evidências de que as crianças vacinadas  contra a varicela podem desenvolver infeções ou reações alérgicas. 

As vacinas do rotavírus surgem associadas ao risco de intussusceção,  uma condição em que uma parte do intestino desliza para dentro de outra.

Contudo, ressalvam os investigadores, o risco de surgimento desta condição  é de entre 1 a 5 casos em cada 100 mil pessoas. 

Não foram registadas mortes na investigação, que não encontrou provas  suficientes de ligação entre a vacina da poliomielite e alergias alimentares  nem qualquer ligação entre as vacinas e o surgimento de leucemias. 

 

Lusa

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