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Oposição síria pede inquérito internacional a alegadas torturas e execuções

A oposição síria apelou hoje a um inquérito  internacional após as alegações de torturas em massa e mortes indiscriminadas  de pessoas detidas pelo regime. 

(Reuters)
© Stringer . / Reuters

"Temos de terminar com esta espiral de violência. Apelamos ao envio  de uma inspeção internacional aos locais de detenção e que observe os factos  relacionados com a tortura que os nossos cidadãos enfrentam diariamente",  disse o líder da oposição síria Ahmad Jarba no final do primeiro dia da  conferência de paz "Genebra II", na Suíça.  

"Temos todos de trabalhar pela Síria, por um país pluralista que não  exclua ninguém, que não exclua alauitas, drusos, cristãos, e outros", acrescentou  Jarba perante diversos líderes mundiais reunidos na cidade suíça de Montreux.

O dirigente oposicionista interveio após a publicação de um relatório  que alega tortura e execuções "em escala industrial" de 11.000 detidos pelo  regime do Presidente Bachar al-Assad.  

Divulgado por uma firma de advogados britânica e patrocinado pelo Qatar,  que apoia os rebeldes sírios, o relatório garante existirem "provas evidentes"  de subnutrição, estrangulamento e espancamentos de detidos nas prisões sírias.

O documento é baseado em análises forenses de parte das 55.000 imagens  digitais alegadamente recolhidas por um desertor que disse ter sido um fotógrafo  da polícia, e que terá registado cerca de 50 corpos por dia.  

Em paralelo, e ao intervir na conferência, o secretário-geral da ONU,  Ban Ki-moon, advertiu que não deve aguardar-se um avanço imediato nas negociações  entre o governo sírio e a oposição.  

"Não esperamos um avanço imediato", disse o responsável da ONU em conferência  de imprensa no final da sessão inaugural da Conferência de paz para a Síria.

O mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakdar Brahimi, também  anunciou hoje que vai tentar que no início das negociações entre oposição  e governo sírios, previstas para sexta-feira em Genebra, as duas partes  se sentem pela primeira vez "frente a frente e numa mesma sala".  

"O processo será extraordinariamente difícil. As declarações que escutámos  esta manhã confirmar que existe uma profunda divisão entre as partes", disse  o diplomata argelino em conferência de imprensa.  

No entanto, Brahimi recordou que já foi garantido um primeiro passo  fundamental, após Damasco e a oposição síria terem aceitado participar no  processo, e na base de um documento onde se declara que o objetivo consiste  na formação de um governo transitório.  

 

Lusa

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