Mundo

Novo mandado de detenção para prelado do caso banco do Vaticano

Um antigo funcionário do Vaticano, acusado de  corrupção e tentativa de branqueamento de dinheiro, Nunzio Scarano foi hoje  alvo de um novo mandado de detenção judicial por um segundo caso de branqueamento,  disse a polícia financeira. 

(Reuters)
© Christian Hartmann / Reuters

Scarano, que se encontrava já em prisão domiciliária em Salerno, no  sul da Itália, por um primeiro caso, recebeu um segundo mandado por um outro  caso em que estão implicados um outro padre e um técnico de contas.   

De acordo com o diário 'La Repubblica', o outro religioso é um padre  de Salerno, Luigi Noli, colaborador de Scarano.  

A polícia financeira procedeu ao arresto de bens imobiliários e contas  correntes, algumas das quais abertas no Instituto para as Obras Religiosas  (IOR), o banco do Vaticano, no valor total de seis milhões de euros, noticiou  o jornal 'Corriere della Sera'.  

Neste segundo caso, Scarano é acusado de ter branqueado dinheiro de  particulares, empresários, advogados, médicos e outros, através do levantamento  de dinheiro da conta do IOR. Os recetores do dinheiro entregavam a Scarano  cheques para "doações aos pobres" e depositavam os montantes recebidos em  contas no estrangeiro, de acordo com a mesma fonte.  

O prelado ficou perturbado quando recebeu o segundo mandado de detenção  e o advogado pediu a ajuda de um psiquiatra, devido à depressão de Scarano,  afirmou a imprensa.  

Em comunicado, a polícia financeira indicou que o inquérito foi aberto  quando Scarano denunciou, em janeiro do ano passado, um roubo em sua casa,  garantindo ter sofrido prejuízos de vários milhões de euros, uma soma incompatível  com os rendimentos declarados ao fisco, o que fez dele um suspeito.  

No primeiro caso, Scarano foi detido e preso a 28 de junho passado pela  polícia italiana, sob a suspeita de ter servido de "fachada" para transferências  suspeitas, provenientes do Mónaco e efetuadas através do IOR.  

O prelado está, desde então, suspenso do cargo de chefe da contabilidade  da APSA, instituição que gere o património do Vaticano. 

De acordo com os investigadores, Scarano terá usado contas bancárias  do IOR para efetuar transferências em benefício de amigos, incluindo a tentativa  de enviar para a Suíça 20 milhões de euros conseguidos através de uma fraude  fiscal e pertencentes a uma famílias de armadores napolitanos que Scarano  conhecia.  

O prelado foi depois libertado do estabelecimento prisional, mas ficou  em prisão domiciliária e o processo começou a ser analisado pela justiça  italiana em dezembro.  

Lusa

Últimas