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Ativista paquistanesa adolescente Malala promete intensificar luta 

A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai,  baleada na cabeça no ano passado pelos talibãs por defender a educação feminina,  prometeu hoje intensificar a sua luta por "um mundo onde toda a gente possa  ir à escola". 

Malala Yousafzai (Reuters)
© Darren Staples / Reuters

Falando numa cerimónia em Haia em que foi distinguida com o Prémio Internacional  da Paz das Crianças, Malala disse que o ataque de que foi alvo em outubro  passado a tornou ainda mais determinada em prosseguir a sua campanha. 

"Eu fui apenas um alvo da violência deles", declarou Malala no discurso  de aceitação do galardão, referindo-se ao ferimento quase fatal de que foi  vítima. 

"Há muitas outras pessoas por quem devemos continuar... para que as  crianças de todo o mundo possam ter o direito de ir à escola", defendeu,  perante uma plateia que a aplaudiu. 

Malala, de 16 anos, recebeu o prémio das mãos da laureada com o Nobel  da Paz 2011, a jornalista e ativista iemenita Tawakkol Karman, que lhe disse,  ao entregar-lho, "Tu és a minha heroína". 

"Tu gritaste: 'Ninguém pode impedir-me a mim ou a qualquer menina de  aprender', disse Karman a Malala, em árabe, elogiando o feito da adolescente.

"A bala disparada à tua cabeça naquele momento foi um marco na história  do teu país", sublinhou Karman na cerimónia no histórico Knight's Hall,  perto do parlamento holandês. 

Depois de ter sido atingida a tiro, Malala recebeu tratamento hospitalar  na Grã-Bretanha, onde agora reside. 

A sua corajosa luta pela sobrevivência e o seu discurso nas Nações Unidas  em julho tornaram-na uma forte candidata ao prémio Nobel da Paz deste ano.

Mas as reações à sua luta no Paquistão têm sido mistas, com muitos a  louvarem-na como heroína nacional ao passo que outros a criticam por promover  uma agenda "do Ocidente". 

O Prémio Internacional da Paz das Crianças, uma iniciativa da Fundação  dos Direitos das Crianças, sediada na Holanda, foi criado em 2005 e lançado  pelo ex-líder soviético Mikhail Gorbachev, quando presidiu à cimeira dos  laureados com o Nobel da Paz, em Roma. 

É dotado de uma soma em dinheiro no valor de 100.000 euros que é investida  em projetos relacionados com a causa do vencedor. 

O galardoado do ano passado foi um rapaz de 13 anos, Cris "Kesz" Valdez,  pelo seu trabalho com crianças de rua filipinas enquanto ele próprio era  um indigente. 

 

Lusa

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