Manning, que foi declarado culpado de 20 acusações, entre as quais violações da lei da espionagem e roubo de informação governamental, poderia ser condenado em tribunal militar a uma pena máxima de 90 anos de prisão.
No entanto, a acusação pediu na segunda-feira que Manning seja condenado a 60 anos de prisão, por considerar que o militar merece passar a maior parte do resto da sua vida atrás das grades.
A defesa afirmou que o soldado norte-americano não deve passar mais de 25 anos preso, tempo que será necessário para que os documentos que divulgou sejam desclassificados.
O complexo processo judicial, que decorre no tribunal militar de Fort Meade, em Maryland, começou com as sessões preliminares em dezembro de 2011, ao passo que o julgamento se realizou desde o início de junho último e culminará na quarta-feira com a leitura da sentença.
Bradley Manning, que foi analista de informação no Iraque desde o outono de 2009 até maio de 2010, quando foi detido, forneceu ao portal WikiLeaks, que depois os divulgou, cerca de 700.000 documentos oficiais dos Estados Unidos sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão e correios diplomáticos do departamento de Estado.
O Governo norte-americano acusou o soldado de comprometer a segurança nacional e o trabalho diplomático de anos.
A informação divulgada por Manning e pelo WikiLeaks abriram um debate mundial sobre o papel dos Estados Unidos no mundo e as injustiças cometidas numa década da obscura guerra contra o terrorismo após os atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Manning, que confessou ser autor da fuga de informação e pediu perdão pelos danos causados ao seu país, não foi considerado culpado de "ajuda ao inimigo", a acusação mais grave que enfrentava e para a qual o Governo norte-americano pedia prisão perpétua.
Lusa