"Cabe ao Governo interino e ao exército a responsabilidade, devendo-se a ambos a escalada neste conflito, impedir que haja mais violência e propor opções construtivas, entre as quais a revisão da Constituição e a organização de eleições legislativas e presidenciais", declarou o chefe da diplomacia norte-americana, numa intervenção de surpresa durante a conferência de imprensa diária do departamento de Estado.
Kerry classificou a repressão de hoje como "um grave golpe na reconciliação e nas esperanças do povo egípcio para uma transição democrática".
"Os acontecimentos de hoje são lamentáveis e vão contra as aspirações dos egípcios de paz de uma democracia autêntica", acrescentou John Kerry, que não disse uma palavra sobre a assistência militar anual de 1,3 mil milhões de dólares que os Estados Unidos fornecem ao exército egípcio.
Mais de 120 pessoas morreram quando as forças de segurança irromperam pelos acampamentos dos apoiantes de Morsi em duas praças do Cairo para dispersar os manifestantes, segundo um correspondente da agência de notícias AFP que visitou as morgues.
O secretário de Estado norte-americano tinha anteriormente louvado o papel dos militares egípcios, dizendo que estes estavam a tentar restaurar a democracia ao depor o democraticamente eleito Presidente Morsi.
Lusa