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Dezenas de mortos na investida policial contra apoiantes de Morsi acampados no Cairo

A polícia começou esta manhã a dispersar com gás lacrimogéneo os acampamentos de protesto nas principais praças do Cairo, no Egipto. Os números da noite de violência não coincidem, com a polícia a avançar com seis mortos e 26 feridos. A Irmandade Muçulmana diz que se tratou de um massacre e avança com 250 mortos.

A Irmandade Muçulmana, movimento islamita ao qual Morsi pertenceu  até ser eleito Presidente, afirmou ter registado pelo menos 250 mortos e  milhares de feridos, numa mensagem divulgada na rede social Twitter pelo  porta-voz Gehad al-Haddad.  

Os números da Irmandade Muçulmana não foram confirmados por fonte independente,  de acordo com a agência noticiosa francesa AFP. Um jornalista da AFP, perto  do acampamento em Rabaa al-Adawiya, afirmou ter contado pelo menos 17 mortos,  entre os manifestantes, e dois polícias. 

Uma fonte dos serviços de segurança disse à agência noticiosa espanhola  EFE que três polícias foram mortos a tiro.   

As autoridades estão prestes a assumir total controlo da praça Nahda,  em Giza, onde se encontrava um dos acampamentos dos apoiantes de Morsi.  O outro, na praça Rabaa al-Adawiya, situa-se na área de Cidade Naser.  

A televisão estatal egípcia indicou que a operação policial continua  nas ruas mais próximas de Rabea al-Adauiya.  

Nas imagens difundidas dos dois principais acampamentos, viam-se várias  tendas de campanha destruídas e veículos abandonados. 

Agentes policiais, equipados com material antimotim, cercavam as zonas,  de onde saiam colunas de fumo, de acordo com as imagens da tv egípcia. 

As autoridades egípcias anunciaram que os comboios, de e para a capital,  foram hoje bloqueados, na sequência da operação policial para evitar que  os manifestantes se reagrupem nos arredores do Cairo. 

O atual clima de tensão no Egito iniciou-se a 30 de junho, quando diversos  setores da oposição promoveram grandes protestos exigindo a deposição do  Presidente islamita Mohamed Morsi, eleito em junho de 2012 nas primeiras  eleições livres no país. 

Morsi provinha da Irmandade Muçulmana, que também venceu as legislativas  organizadas após o derrube, em fevereiro de 2011, do regime autocrático  de Hosni Mubarak.  

Em 03 de julho o Presidente foi deposto e detido pelos militares, tendo  sido formado um Governo de transição, entre os protestos das correntes islamitas  que exigem o seu regresso ao poder.  

Após o falhanço das tentativas de mediação internacionais, o Governo  interino nomeado pelo exército anunciou que, terminado o período do Ramadão,  no passado fim de semana, iria acabar com as manifestações pró-Morsi, operação  que iniciou hoje. 

  Com Lusa

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