Mundo

Equador convoca embaixadores na Europa após incidente com avião de Morales

O ministro dos Negócios Estrangeiros equatoriano, Ricardo Patio, disse hoje que chamou para consulta os embaixadores do Equador  em Espanha, França, Portugal e Itália, depois de o avião do Presidente boliviano  ter sido impedido de sobrevoar vários países europeus.  

© Heinz-Peter Bader / Reuters

No regresso à Bolívia a partir da Rússia, há duas semanas, o Presidente  boliviano Evo Morales teve de ficar mais de 13 horas em Viena, porque a  Itália, França e Portugal revogaram a autorização para sobrevoar ou aterrar  nos respetivos territórios sob a suspeita de que o ex-consultor da Agência  de Segurança Nacional norte-americana Edward Snowden estaria a bordo do  avião presidencial, segundo denunciaram as autoridades bolivianas. 

Os protestos bolivianos incluem também a Espanha porque Alberto Carnero,  embaixador na Áustria, país onde Morales teve de passar mais de meio dia  à espera de seguir viagem, quis inspecionar o seu avião para verificar se  Snowden estava a bordo, segundo o Presidente boliviano. 

"Chamámos os nossos embaixadores para que nos informem de tudo o que  se passou", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros equatoriano, que  fez "uma reclamação junto das Nações Unidas por uma afronta desta natureza  contra o Presidente Evo Morales", informou a imprensa local. 

Patio interrogou-se "o que teria acontecido se fosse o avião do Presidente  dos Estados Unidos, do Presidente da França ou de Espanha... (a sofrer restrições  de voo) seguramente vinham os aviões de guerra para resgatar o seu Presidente".

O bloqueio ao avião de Morales foi condenado por organismos regionais  como a União das Nações Sul-americanas (Unasur), Mercosur e Organização  dos Estados Americanos (OEA), que pediram explicações aos países europeus  envolvidos e desculpas pelo sucedido.  

Na segunda-feira o Governo espanhol pediu desculpa à chancelaria boliviana  pelo incidente ocorrido com o avião do Presidente Evo Morales na Europa,  há duas semanas, e disse esperar que as relações bilaterais se mantenham  boas. 

A nota de Espanha dirigida à chancelaria da Bolívia foi entregue pelo  embaixador espanhol em La Paz, Ángel Vázquez, que lamentou o procedimento  do seu homólogo em Viena, Alberto Castro. 

"Lamentamos esse facto, apresentamos as nossas desculpas por esse procedimento,  que não foi adequado", lê-se no documento, que refere ainda que Evo Morales  "foi colocado numa posição difícil e imprópria para um chefe de Estado".

Reclamado pelos Estados Unidos por divulgar informação classificada,  Edward Snowden está na zona de trânsito do aeroporto Sheremetyevo, em Moscovo,  desde 23 de junho. 

 

Lusa

Últimas