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Nobel da Paz 2011 pede fim da "paralisia da ONU"

A Nobel da Paz 2011 Tawakkul Karman apelou hoje para o fim da "paralisia da ONU" na promoção da democracia e na luta contra o despotismo no mundo, na abertura do Fórum Mundial da Democracia.

Tawakkul Karman, ativista que foi distinguida pelo seu papel no movimento  de contestação popular ao regime do Iémen, falava na presença do secretário-geral  da ONU, Ban Ki-moon, no Conselho da Europa, em Estrasburgo. 

"Em nome da soberania e da não-ingerência nos assuntos internos dos  países, as Nações Unidas estão paralisadas, de pés e mãos atados, face ao  despotismo", disse Karman, 33 anos. 

"O grande desafio da humanidade, hoje em dia, é fazer da Carta das Nações  Unidas e da Declaração Universal dos Direitos Humanos textos obrigatórios  para todos os países. Quando esses textos são violados, as Nações Unidas  e a comunidade internacional devem ter capacidade para reagir", acrescentou.

Karman manifestou concretamente o seu "desespero face à paralisia internacional"  em relação à Síria, onde "milhares de pessoas estão a morrer pela sua liberdade  e pela sua dignidade". 

Antes da intervenção da ativista iemenita, o secretário-geral da ONU  tinha sublinhado que, "quando os governos não satisfazem as suas obrigações  em termos do Direito internacional", a comunidade internacional deve pressioná-los  para que o façam. 

"Sempre pedi aos dirigentes que parem de ignorar os direitos humanos  (...) É essa a minha mensagem para os dirigentes em todo o mundo, para o  Presidente (Bashar) al-Assad da Síria e para outros, a de que devem ouvir  os seus povos antes que seja tarde de mais", disse Ban Ki-moon. 

A primeira edição do Fórum Mundial da Democracia abriu hoje os seus  trabalhos em Estrasburgo. Mais de um milhar de responsáveis políticos, académicos  e militantes da sociedade civil vão debater, até quinta-feira, "A democracia  à prova: entre modelos antigos e novas realidades". 

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