Meteorologia

"Portugal safou-se de incêndios de grandes dimensões mas não podemos contar com a sorte"

Depois de um verão com altas temperaturas, que culminaram em incêndios, a Europa vive agora fenómenos meteorológicos adversos, com chuvas torrenciais.

SIC Notícias

Espanha está sob a influência de uma "depressão isolada em níveis altos", que manteve no domingo em alerta boa parte do país por causa de chuvas torrenciais, estando ainda ativo um aviso meteorológico amarelo (o terceiro mais grave) nas regiões de Madrid e Castela La Mancha.

As chuvas torrenciais em Espanha, que se intensificaram a partir de domingo à tarde, já causaram milhares de ocorrências em todo o país, sobretudo inundações que obrigaram ao resgate de dezenas de pessoas de carros e casas.

Para Duarte Costa, especialista em alterações climáticas, este fenómeno meteorológico está relacionado com uma corrente de jato, que tem um “papel fundamental em determinar como o clima na Europa ocorre”.

O que é a corrente de jato?

“A corrente de jato é como uma mega autoestrada de 12 faixas de ar que circula a alta velocidade e que redistribui ar muito frio do Polo Norte ou ar muito quente dos trópicos. Estudos feitos sobre as alterações climáticas demonstram que como os polos tem vindo a aquecer mais rápido do que nas latitudes médias e os tópicos, há um gradiente de menor temperatura”, explica.

Questionado sobre se a meteorologia foi benevolente para o Governo português que, com menos meios contratados, se “safou” de grandes incêndios neste verão, Duarte Costa diz que o país não pode “contar com a sorte”.

"Tivemos sorte, mas não devemos ficar a contar com a sorte. Porque nestes eventos extremos estamos a falar das vidas das pessoas, das nossas casas, dos nossos bens, da nossa economia, do nosso futuro. Não podemos andar a correr atrás do prejuízo. Não há nenhum partido político que tenha essa prioridade", concluiu.

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