Setembro arrancou com chuva. As tempestades do último fim de semana deixaram várias regiões de Portugal em alerta e provocaram prejuízos, por exemplo, na produção de azeite. Mas a chuva não provocou apenas danos. Em algumas regiões ajudou nas pastagens e "salvou" algumas culturas. Não resolveu a seca, mas já melhorou, por exemplo, a produção de azeitona na região da Guarda.
Temporal em Trás-os-Montes prejudica agricultura
As tempestades de chuva e granizo deste fim de semana deixaram várias regiões em alerta e prejudicaram a agricultura, sobretudo, em Trás-os-Montes. Em Valpaços, por exemplo, a produção de azeite deverá ter uma quebra de 80%.
O fim de semana pela região do Douro e Trás-os-Montes foi de vento, chuva e granizo.
A meteorologia pode ter assustado, mas não chegou a prejudicar as vinhas pela região do Douro.
Pior estão os produtores de azeite em Valpaços. O granizo deitou por terra 80% da produção.
A autarquia de Valpaços está, esta segunda-feira, no terreno. Os estragos em algumas freguesias chegam aos 100% em algumas culturas e também há equipamentos públicos afetados.
Em 2022, a região tinha visto descer a produção de azeite a níveis históricos. A cooperativa ficou pela metade da média. Este ano, esperava voltar a ultrapassar os 2 milhões de litros de azeite produzidos, mas isso é novamente uma miragem.
Chuva em Bragança benéfica para pastagens e castanha
A chuva que caiu nos dois últimos dias, em Trás-os-Montes, não trouxe apenas prejuízos. Na região de Bragança, por exemplo, as pastagens e a castanha foram beneficiadas pela precipitação.
Há quase 3 meses que praticamente não chovia no Nordeste Transmontano. A chuva que caiu nos últimos dois dias refrescou a natureza e veio salvar algumas culturas.
A castanha é a campanha mais próxima, por isso, a chuva veio no momento certo.
A chuva também regou as pastagens sedentas, depois de um verão quente e seco.
Os agricultores pedem mais chuva e as perspetivas são animadoras. De acordo com as previsões, a precipitação vai ainda continuar de forma intermitente, pelo menos, até ao início da próxima semana.
Chuva na Guarda não resolve, mas já ajuda na seca
Na região da Guarda, a chuva dos últimos dias ainda não resolveu os problemas relacionados com a seca, mas já ajudou. Amoleceu a terra para as sementeiras e contribuiu para consolidar a produção de azeitona.
A chuva dos últimos dias está longe de ser a fonte dos milagres, mas já semeou alguma esperança juntos dos agricultores.
O chão das oliveiras está rapado devido à seca. A água vai acelerar o crescimento de ervas espontâneas, mas, por agora, as ovelhas continuam a ser alimentados com palha e rações.
As vindimas foram antecipadas em quase todo o país, mas na Guarda ainda há quem não as tenha feito.
As chuvas obrigam a avançar já para evitar que os bagos apodreçam e a humidade das terras já permite as sementeiras da época.
Os agricultores querem muito a chuva por razões óbvias.
No mês passado, o país assinalava 97% de seca, mas a barragem do Caldeirão da Guarda ainda vai mantendo níveis aceitáveis.
Nos próximos dias, a chuva vai continuar e pode ser acompanhada de trovoada. De acordo com as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), até dia 11 o tempo deverá ser mais fresco. No geral, o mês poderá ser mais chuvoso do que o habitual.
Mesmo assim, as temperaturas máximas poderão chegar aos 27ºC no Porto, Braga, Aveiro ou Évora. Em Lisboa e Faro não deverão ultrapassar os 23ºC.
Já as mínimas podem baixar ligeiramente para os 12ºC nos distritos da Guarda e Castelo Branco.