Prémio Intermarché Produção Nacional

Plantas e flores de Portugal

Na nona edição do Prémio Intermarché Produção Nacional, os dois produtores pré-finalistas na categoria de Produção Primária dependem exclusivamente do que nasce na nossa terra

A AMU.bio planta quase cem espécies de plantas e ervas aromáticas de onde, posteriormente, seleciona as melhores para a confeção de pratos de peixe. Já a Iberiensis depende das flores... e das abelhas que delas recolhem o melhor néctar para os produzirem méis monoflorais.

Plantação de sonhos

A AMU.bio nasceu no centro de Braga, mas foi na Póvoa de Lanhoso, refletindo o desejo de aproximação à natureza, que Moisés Campos, licenciado em Engenharia de Sistemas e Informática, plantou o seu projeto, produzindo hoje mais de 90 espécies de plantas aromáticas em viveiro.

A combinação de plantas aromáticas que este jovem agricultor nos traz à mesa para “abrilhantar” um prato de peixe é constituída por coentros, hortelã da ribeira, estragão, manjerona, poejo e erva-príncipe. Em linha com a sua missão de vida, conscientiza e promove hábitos em prol de um planeta melhor, pelo que todo o processo é feito de forma ecológica e sustentável. Começando pelo método em estacaria (que impossibilita a mecanização) até à forma como estas plantas vivas são conservadas e entregues (em vasos feitos de restos de tecido reutilizado).

Existe uma enorme preocupação na passagem de conhecimento. Por isso este conjunto de plantas aromáticas é acompanhado de instruções de preservação e por um livro de receitas – algumas delas originais – destinado à confeção de pratos de peixe. A reciclagem, a compostagem, o reaproveitamento de águas pluviais, a utilização de energia solar, a existência de um lago artificial (que é casa de rãs que reduzem a presença de insetos) e o controlo ambiental sensorial por software são outras práticas de agricultura biológica com o objetivo de preservar a biodiversidade.

 O verdadeiro sabor da natureza

Preservar tradições antigas e investir no meio rural foi a premissa que levou três colegas acabados de sair do ensino superior de Engenharia a criarem a Iberiensis. Seguindo o legado dos pais e avós apicultores Hélder e Rui (dois dos fundadores) apresentam méis monoflorais de rosmaninho, castanheiro e silva e urze. Cada mel capta a essência única do néctar colhido pelas abelhas, seja nas flores violeta do rosmaninho ou no espinhoso castanheiro. Posteriormente, os méis são sujeitos a análises melissopalinológicas para provar a sua monofloralidade, pureza e autenticidade.

Nesta construção de futuro mais doce é prestado diariamente cuidado e atenção aos apiários de forma a garantir o bem-estar das abelhas e condições sanitárias e de higiene. Cada mel é embalado em frascos de vidro com rótulos distintos que destacam a singularidade de cada variedade (amarelo para o mel de rosmaninho, roxo para o mel de castanheiro e branco para o mel de silva e urze). A única diferença apontada pelos sócios na extração e embalamento do mel em relação aos seus antepassados é a incorporação de tecnologia que possibilita melhores condições de higiene e menor esforço físico.

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