O Governo garante que os atrasos da farmacêutica AstraZeneca não vão afetar as metas da imunidade de grupo no verão. Ainda assim, o vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador do plano de vacinação contra a covid-19, assumiu que vive com a instabilidade da entrega das doses da vacina e que os atrasos podem fazer o prazo derrapar para 2022.
Hélder Mota Filipe considera ser importante a existência de uma “comunicação mais clara” sobre a vacinação, nomeadamente comunicar-se apenas no momento em que se tem a certeza da informação. Contudo, admite confiar na liderança do plano de vacinação.
Sobre os atrasos na entrega das vacinas, o perito da Agência Europeia do Medicamento afirma que o que está a acontecer é de acordo com o previsto e que pequenas flutuações do plano fazem parte da dinâmica do fabrico e fornecimento.
“Os problemas de fabrico das vacinas têm que estar na equação. Achar que isto não ia acontecer demonstra alguma ingenuidade”, afirma, acrescentando que, apesar de tudo, o facto de existiram várias vacinas permite que sejam compensados este tipo de problemas.
Como alerta, aponta para a logística do terreno, dizendo ser fundamental ter uma estrutura pronta para quando Portugal receber vacinas em grande quantidade de forma a que a sua administração seja feita a quem precisa, o mais rapidamente possível.
“As farmácias têm todas as condições para administrar este tipo de vacinas. Do ponto de vista técnico têm os mesmos requisitos de administração e controlo das vacinas da gripe”, explica, concluindo que “é fundamental envolver toda a logística do terreno”.