Tragédia em Pedrógão Grande

GNR explica porque não cortou a "estrada da morte"

A GNR cortou o IC8 porque o fogo ameaçava passar a estrada, mas deixou a Nacional 236, onde morreram mais de 40 pessoas, aberta. Uma decisão que levou o primeiro-ministro a questionar a Guarda Nacional Republicana. A resposta já chegou a António Costa.

De acordo com a GNR, "o fogo atingiu a estrada de forma absolutamente inusitada e repentina", " que "surpreendeu" todos, "incluindo os próprios militares". A justificação foi lida pelo chefe do Governo, esta noite, na TVI.

O primeiro-ministro considera que a resposta "é muito consonante com a própria descrição" das autoridade locais e dos populares. Acrescenta ainda que mantém a confiança "na cadeia do comando". Desde a ministra até a quem está no combate às chamas, chegando mesmo a classificar Constança Urbano de Sousa como "uma excelente ministra".

O primeiro-ministro respondeu ainda à pergunta sobre se a GNR estava a cumprir uma ordem quando deixou aquela estrada aberta e permitiu que os populares seguissem por essa via."Que eu tenha conhecimento, não há nenhuma instrução específica para o encerramento daquela via, porque a ameaça naquele local surgiu de forma repentina e inusitada. Os testemunhos que ouvi foram de que tudo aconteceu em poucos minutos e foi como que um furacão".

De uma coisa António Costa mostrou-se convicto, de que "algo de especial" aconteceu naquele lugar "num curto espaço de tempo", porque só assim se justifica que num incêndio que consumiu cerca de 30 mil hectares, o conjunto de cadáveres tenha sido encontrado em cinco quilómetros quadrados.

Por isso, afirma precisar de saber se houve algum fenómeno climático e geofísico que "tenha determinado este desfecho".A trovoada seca foi "a causa", mas "não chega, não pode ser só isso", afirmou, sublinhando que as testemunhas dizem que houve "uma espécie de furacão".

No incêndio que deflagrou, sábado, em Pedrógão Grande, morreram 64 pessoas, 47 na N236.

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