O Papa Francisco morreu esta manhã, anunciou o Vaticano, através do cardeal Kevin Ferrell: "Às 7:35 desta manhã (6:35 em Lisboa), o bispo de Roma, Francisco, regressou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja". Muito próximo do Papa, Henrique Cymerman colaborou com Francisco em várias iniciativas diplomáticas e, momentos após a morte do líder da Igreja Católica, deu o seu testemunho à SIC Notícias.
“Ele entendia que tinha um papel extraordinário para tentar pacificar o mundo, um mundo que vive uma situação internacional muito complicada e que ele conhecia bem, que ele seguia muito de perto e sabia fazer as perguntas exatas sobre tudo o que acontecia em todos os conflitos, preocupavam-lhe todos os conflitos que há no mundo neste momento, preocupava-lhe o que acontecia entre a Rússia e a Ucrânia, a invasão russa na Ucrânia, provocava-lhe uma enorme preocupação o que está acontecendo em Gaza”, lembra o jornalista.
“Nada voltará a ser igual, voltámos atrás de 50 anos e quero dizer que estou muito perto de vocês, mas depois também expressou grande preocupação pela morte de civis em Gaza, civis que não têm culpa de nada e que são reféns dos radicais, e ele disse-me isso várias vezes e estava extremamente preocupado e fez enormes chamamentos à paz na região”, conta Cymerman a respeito da reação do Papa ao massacre do Hamas, a 7 de outubro de 2023.
O jornalista, correspondente da SIC em Israel, relata várias diligências feitas pelo Sumo Pontífice no sentido da paz e nas quais Cymerman esteve diretamente envolvido, a pedido do Papa.
“Francisco queria conhecer o novo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que também é católico, que é de origem cubana, neto de cubanos, e que ele queria conhecer também pessoalmente, pensando em como ajudar a humanidade a pacificar, de alguma maneira a pôr fim a estes conflitos. Infelizmente ele não chegou a tempo, mas eu acho que há um legado extraordinário de Francisco que fica para o futuro”, conclui o correspondente da SIC em Israel.