Papa Francisco

Henrique Cymerman: "Há um legado extraordinário de Francisco que fica para o futuro"

"Recebi a notícia há poucos minutos diretamente do Vaticano. Desde que saiu do hospital, escreveu-me duas vezes. A última vez foi há 48 horas, pela primeira vez não foi escrito pela mão dele", começa por referir Henrique Cymerman, jornalista muito próximo do Papa, pouco depois do anúncio da morte do líder da Igreja Católica.

Henrique Cymerman

SIC Notícias

O Papa Francisco morreu esta manhã, anunciou o Vaticano, através do cardeal Kevin Ferrell: "Às 7:35 desta manhã (6:35 em Lisboa), o bispo de Roma, Francisco, regressou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja". Muito próximo do Papa, Henrique Cymerman colaborou com Francisco em várias iniciativas diplomáticas e, momentos após a morte do líder da Igreja Católica, deu o seu testemunho à SIC Notícias.

“Ele entendia que tinha um papel extraordinário para tentar pacificar o mundo, um mundo que vive uma situação internacional muito complicada e que ele conhecia bem, que ele seguia muito de perto e sabia fazer as perguntas exatas sobre tudo o que acontecia em todos os conflitos, preocupavam-lhe todos os conflitos que há no mundo neste momento, preocupava-lhe o que acontecia entre a Rússia e a Ucrânia, a invasão russa na Ucrânia, provocava-lhe uma enorme preocupação o que está acontecendo em Gaza”, lembra o jornalista.

“Nada voltará a ser igual, voltámos atrás de 50 anos e quero dizer que estou muito perto de vocês, mas depois também expressou grande preocupação pela morte de civis em Gaza, civis que não têm culpa de nada e que são reféns dos radicais, e ele disse-me isso várias vezes e estava extremamente preocupado e fez enormes chamamentos à paz na região”, conta Cymerman a respeito da reação do Papa ao massacre do Hamas, a 7 de outubro de 2023.

O jornalista, correspondente da SIC em Israel, relata várias diligências feitas pelo Sumo Pontífice no sentido da paz e nas quais Cymerman esteve diretamente envolvido, a pedido do Papa.

“Francisco queria conhecer o novo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que também é católico, que é de origem cubana, neto de cubanos, e que ele queria conhecer também pessoalmente, pensando em como ajudar a humanidade a pacificar, de alguma maneira a pôr fim a estes conflitos. Infelizmente ele não chegou a tempo, mas eu acho que há um legado extraordinário de Francisco que fica para o futuro”, conclui o correspondente da SIC em Israel.

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