Para evitar um cenário de crise política já antecipado pelo Presidente da República, o Governo admite um "aproximar de posições" na proposta de redução no IRS Jovem de forma a garantir a viabilização do Orçamento do Estado para 2025.
Na Edição da Noite, da SIC Notícias, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, disse que o Executivo de Luís Montenegro está disponível para "fazer modulações", excluindo a possibilidade de desistir desta medida.
"Nós [Governo], relativamente às medidas importantes como o IRS Jovem, estamos dispostos a aproximar posições. Não há nenhuma negociação que se faça, pedindo à contraparte que abdique em tudo que acredita. Nós estamos disponíveis para fazer alterações. Nós queremos mesmo que o orçamento passe. Não queremos outros cenários", começou por dizer o governante, acrescentando que é "justo dar um desconto aos mais jovens".
Montenegro afastou o cenário de governar por duodécimos caso o Orçamento do Estado para 2025 não seja aprovado. Leitão Amaro afirmou que o foco do Governo é continuar a governar e garantir as condições para a existência de um orçamento mas para isso, todas as partes têm de estar de acordo.
"Alguma vez o Governo falou em eleições ou em governar em duodécimos? O Governo só quer uma coisa: que haja um acordo e para isso todos têm de fazer a sua parte. O Governo só tem um foco: continuar a governar e garantir as condições para existir um orçamento. O país precisa de menos drama e de mais decisões", apontou o social-democrata.
O primeiro-ministro e o secretário-geral do PS vão ter na sexta-feira a primeira reunião pública sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano, depois de meses de troca de argumentos entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos.
A proposta de Orçamento do Estado para 2025 tem de dar entrada na Assembleia da República até 10 de outubro e tem ainda aprovação incerta, já que PSD e CDS-PP (partidos que suportam o Executivo) somam 80 deputados, insuficientes para garantir a viabilização do documento.
A conferência de líderes analisou esta quarta-feira uma proposta de calendário para a realização do debate na generalidade do orçamento em 30 e 31 de outubro, com votação final global prevista para 28 de novembro.