“O FC Porto é campeão europeu no dia 27 de Maio de 1987, a uma quarta-feira, frente ao Bayern. Antes disso, a 24 de Maio, joga contra o Farense para o campeonato e até perde, com um golo de Paco Fortes.”
Rui Tovar dá este exemplo para criticar os calendários atuais e o hábito de se anteciparem jogos de campeonato por causa das competições europeias.
“Nessa altura, o Porto jogou três dias antes de uma final europeia. Agora que o futebol tem mais jogadores, mais departamentos, mais tudo, é que somos mariquinhas e temos de antecipar jogos? Antes eram homens de verdade, homens de barba rija. É o Bayern, é o Bayern, vamos embora.”
“Tenho mais de 300 coleções de cromos herdadas do meu pai”
Rui Miguel Tovar, filho do jornalista Rui Tovar, herdou do pai o gosto pela profissão e o hábito de colecionar muita documentação sobre futebol. Lembra que em criança chegava a ir com o pai a Espanha, de propósito, só para comprar os anuários do jornal Marca.
“Passávamos férias na Isla Canela, muito próxima de Vila Real de Santo António. Nessa altura, os anuários tinham de ser comprados em Espanha. Lembro-me que fazíamos a viagem de barco, porque ainda não havia ponte, só para comprarmos o anuário e depois voltávamos.”
Rui herdou mais de 300 coleções de cromos do pai. “Tenho de tudo. Futebol, Jogos Olímpicos e basquetebol, além dos anuários de Itália, Espanha, França e Inglaterra.”
“Encontrar uma grande história por acidente acontece muitas vezes”
Garante que, nas suas pesquisas, muitas vezes tropeça numa grande história que não era objetivo inicial. “Isso acontece muitas vezes. Ainda hoje, antes de vir para aqui. Por causa de uma matéria sobre os Óscares, acabei por encontrar a história do único japonês que sobreviveu às duas bombas atómicas lançadas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagsaki. Só morreu aos 93 anos com um cancro no estômago.”