Jogos Olímpicos

“Quando vi o francês no chão, achei que tínhamos o ouro”, mas Iúri Leitão deu “uma aula de fairplay”

A judoca Bárbara Timo, que participou nos Jogos Olímpicos de Paris, sublinha, em entrevista à SIC Notícias, o espírito olímpico e os “grandes ensinamentos” que podem ser tirados do desporto.

Rita Carvalho Pereira

Bárbara Timo considera que o ciclista Iúri Leitão deu “uma aula de fairplay”, no ciclismo de pista, onde conquistou, esta quinta-feira, a medalha de prata, na prova do omnium.

Durante a corrida, o atleta francês Benjamin Thomas – que acabaria por levar a medalha de ouro – caiu. Em vez de atacar e colocar-se em vantagem, o português Iúri Leitão fez questão de garantir que o adversário que estava bem. “Seria injusto ele perder o ouro daquela forma, quis ter a certeza de que ele voltava”, explicou o ciclista.

Para a judoca Bárbara Timo – que estava a ver a prova enquanto espectadora -, Iúri Leitão mostrou, naquele momento, o que é o “espírito olímpico”.

“Quando vi o francês cair ao chão, o meu desporto é jogar o outro ao chão, por isso achei que estávamos perto do ouro. Mas ele deu um exemplo de boa conduta”, nota a judoca, em entrevista à SIC Notícias.

"É isso que é importante nos jogos, mostrar como, em diversos desportos, temos grandes ensinamentos”, sublinha.

Paris deixa “sensação agridoce”

Bárbaro Timo, que fez a sua segunda participação olímpica, saiu de Paris com uma sensação “agridoce”. A judoca foi eliminada da competição no primeiro combate – depois de, numa avaliação feita pela própria, ter conseguido “grandes resultados” durante o ciclo olímpico.

“A expectativa no judo é sempre que é possível. A nossa equipa é de uma qualidade enorme. Sabíamos que quase todos tínhamos hipóteses. No judo, tudo pode acontecer num segundo”, diz.

Acreditava, por isso, que não era só “um sonho” e que podia mesmo ir mais longe, nestes Jogos Olímpicos.

Inclusive, sujeitou-se a algumas dificuldades, para competir. Decidida a descer de categoria (passando de –70kg para –63 kg), comprometeu-se com um “corte de peso drástico, de hidratação, e muita dificuldade nos treinos”.

A experiência, afirma, serviu para lhe mostrar que é “capaz de ser muito resiliente e de encarar desafios”.

Para já, não quer ainda falar sobre os próximos Jogos Olímpicos, em Los Angeles, em 2028. Diz que está ainda a “analisar as possibilidades”, para ver aquilo de que está “disposta a abrir mão” em prol da próxima missão olímpica.

Judo ainda é um desporto de “amadorismo”

Falando sobre o judo enquanto modalidade, Bárbara Timo não tem dúvidas de que o desporto tem mostrado aquilo de que é capaz – desde a medalha de Nuno Delgado. No entanto, sublinha, “ainda há um caminho longo para percorrer”.

“Ainda há em Portugal um amadorismo, um semiprofissionalismo”, constata a judoca.

“Muitos dos atletas e dos treinadores não são profissionais. Há muito a fazer para planear a longo prazo a carreira do atleta e do treinador”, conclui.

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