Jogos Olímpicos

“Nem sabia andar de bicicleta e tinha dificuldade em correr”, agora volta de Paris com dois diplomas olímpicos

O triatleta Ricardo Batista conseguiu o 6.º lugar no triatlo masculino e a 5.ª posição na prova de estafeta mista . Em entrevista à SIC Notícias, fala numa semana que vai recordar “para o resto da vida”.

Rita Carvalho Pereira

Foi com 12 anos que Ricardo Batista experimentou, pela primeira vez, o triatlo. Foi no clube da terra, em Torres Novas. “Era tudo ainda muito prematuro, nem sabia bem andar de bicicleta, tinha imensa dificuldade a correr”, recorda o atleta, em entrevista à SIC Notícias. Hoje, com 23 anos, regressa de Paris com dois diplomas olímpicos.

Ricardo Batista alcançou o 6.º lugar no triatlo individual e o 5.º lugar na prova de estafeta mista. E esta foi só a primeira vez que participou nas olimpíadas. “Foi uma estreia olímpica excecional”, afirma.

“Vai ser uma semana que vou recordar para o resto da minha vida.”

O atleta admite que chegou à competição com "expectativas bastante altas”, só não esperava até superá-las.

“Sabia que podia sair de lá com um bom resultado. Falámos várias vezes num diploma olímpico, mas era um resultado muito ambicioso para mim”, diz.

Durante a prova da estafeta, teve uma “pressão acrescida”, ao receber uma penalização por falsa partida, logo no início.

“Estava bastante nervoso, porque todos os meus colegas de equipa estavam a contar comigo, Portugal inteiro estava a contar comigo”, declara.

Mas a pressão foi vencida, e o 5.º lugar celebrado por todos. “Saímos os quatro, e espero que Portugal também, muito contentes com este resultado.”

Água do Sena contaminada? “Não sei bem o que se passou”

Ricardo Batista conta que a parte da prova em que teve mais dificuldade foi a natação. “Não pela qualidade da água, mas pela corrente que se fazia sentir”, ressalva.

Certo é que a poluição e o elevado nível de bactérias no rio Sena têm sido um tema, ao longo destes Jogos Olímpicos. A fraca qualidade da água obrigou ao cancelamento dos treinos no rio e ao adiamento da prova. E houve mesmo atletas que ficaram doentes, depois de terem competido no rio. É o caso dos colegas de equipa de Ricardo, Vasco Vilaça e Melanie Santos, que foram diagnosticados com infeções gastrointestinais.

À SIC Notícias, Ricardo Batista diz “não saber bem o que se passou”.

“Não tenho a certeza se foi da qualidade da água. Pode ter sido da mudança de rotina, do stress de estar nos Jogos Olímpicos,...”, aponta.

Raízes com espaço para crescer

O triatleta agradece, depois deste sucesso olímpico, o apoio que sempre recebeu do clube da terra, em Torres Novas. Garante que é um dos pilares da carreira que tem traçado.

"Apoio constante não pode faltar aos atletas. Não somos atletas só durante o ano de Jogos Olímpicos”, lembra.

E se é do clube das raízes de Ricardo Batista que falamos, valerá dizer que poderão ser colhidos ainda mais frutos. O atleta tem um irmão mais novo que, assegura, “também está no bom caminho para estar nos Jogos Olímpicos, daqui a quatro anos”.

“Vai competir, este fim de semana, no campeonato da Europa de júniores”, revela Ricardo. Com sorte (e muito trabalho), pode ser que estejam os dois em Los Angeles, em 2028, a lutar por mais conquistas olímpicas.

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