Invasão em Brasília

Mais de 150 brasileiros em manifestação pela democracia e responsabilização de "golpistas"

Em Lisboa, os manifestantes gritaram "sem amnistia", recusando perdão da justiça aos apoiantes do ex-Presidente Jair Bolsonaro.

Manifestação de brasileiros "Ato em Defesa da Democracia sem Anistia" que contou com cerca de uma centena e meia de manifestantes que se concentrou em defesa da democracia no Brasil e pela responsabilização dos atos ocorridos recentemente em Brasília, na Praça Luis de Camões em Lisboa.
TIAGO PETINGA

SIC Notícias

Lusa

Mais de uma centena de pessoas manifestaram-se esta quarta-feira ao final da tarde no Largo de Camões, em Lisboa, em apoio à democracia brasileira e pedindo a responsabilização dos envolvidos no ataque aos três poderes em Brasília, no passado domingo.

"Em defesa da democracia no Brasil e pela responsabilização de todos os criminosos e terroristas - Sem Amnistia", é o tema da manifestação organizada pelo Coletivo Andorinha - Frente Democrática Brasileira em Lisboa, um dos movimentos ativistas de brasileiros mais representativo em Portugal.

Os manifestantes gritavam "sem amnistia", recusando perdão da justiça aos apoiantes do ex-Presidente Jair Bolsonaro que invadiram e vandalizaram as sedes do Palácio da Alvorada, Congresso e Supremo Tribunal Federal, sedes dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) brasileiro.

Samara Azevedo, representante do Coletivo Andorinha, apelou a mais manifestações: "No exterior a nossa voz é muito amplificada e consegue fazer com que o assunto chegue ao Brasil", justificou.

Em declarações à Lusa no local, aquela responsável do Coletivo Andoinha disse que um dos receios é que "toda essa ideia de extrema-direita, de fascimo, e afronta, agressão e violência (...) não acabou com a saída de Bolsonaro".

Por isso, defendeu, será necessário "todo um trabalho político, cultural e educacional para a gente trazer a democracia para o Brasil com mais paz e tranquilidade".

Da parte da Justiça, considerou, "está a haver uma ação muito mais contundente do que em outros momentos".

"Já foi pedida a prisão do secretário de Segurança Pública de Brasília (...). Neste momento a Advocacia-Geral da União vai divulgar o nome de 100 empresas que estiveram envolvidas no financiamento [da invasão] e vai pedir a investigação dessas empresas", exemplificou Samara, para quem "o foco primeiro" da Justiça brasileira será precisamente as empresas.

Segundo estimativas de elementos da Polícia de Segurança Pública com quem a Lusa falou no local, o número de manifestantes era de cerca de 150. O que, para Samara Azevedo, "foi uma adesão razoável", porque a manifestação foi convocada "em um dia e meio".

Na iniciativa foi lançado o Manifesto em Apoio da Democracia Brasileira.

PEDEM RESPONSABILIZAÇÃO DE TODOS OS CRIMINOSOS GOLPISTAS

Pelo menos 47 organizações portuguesas e mais de 400 pessoas tinham assinado, até à hora marcada para a manifestação (18:00 em Lisboa), aquele documento de apoio ao Governo de Lula da Silva, eleito em outubro passado, e que pede "a responsabilização de todos os criminosos golpistas e terroristas no Brasil".

"É de conhecimento público que os grupos bolsonaristas organizados tiveram apoio e financiamento com o objetivo de instaurar um golpe contra o governo democraticamente eleito no Brasil, bem como se beneficiaram da negligência de agentes do Estado e de forças de segurança pública", lê-se no manifesto, que foi assinado por organizações, partidos políticos e ativistas em Portugal.

"Tais crimes precisam ser enfrentados nas esferas políticas e judiciais! Reforçamos nosso apoio à Democracia brasileira, ao governo democraticamente eleito e à responsabilização de todos os criminosos golpistas e terroristas", defende o texto.

"Nós, organizações, coletivos, instituições e cidadãos e cidadãs em Portugal estamos juntos ao povo brasileiro na defesa da Democracia no Brasil e repudiamos os ataques criminosos, antidemocráticos e terroristas contra a sede dos Três Poderes em Brasília ocorridos no último domingo, dia 8 de janeiro de 2023", refere o documento.

Entre as entidades que subscreveram este manifesto estão o Bloco de Esquerda, o Partido Ecologista Os Verdes, o SOS Racismo, a Solidariedade Imigrante - Associação para a defesa dos direitos dos imigrantes (SOLIM), a Associação de Combate à Precariedade Precários Inflexíveis, a Associação Renovar a Mouraria ou o grupo Brasileiras não se calam!.

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