Incêndios em Portugal

"Proteja a casa, eu não tenho bombeiros para esta rua": na Covilhã, moradores revoltam-se com falta de meios

No Fundão e na Covilhã, a população vive a mesma rotina há vários dias. Com os próprios meios, combatem o incêndio que continua a chegar perto das habitações e pedem mais apoio das autoridades.

SIC Notícias

No Fundão, vive-se o desespero. Quem lá está tem a mesma rotina há dias e faz o que consegue para proteger tudo o que tem.

Na quarta-feira à tarde, quando o vento aumentou de intensidade, voltou a trazer fogo para perto de muitas casas.

Em Unhais da Serra, na Covilhã, em pouco tempo, a situação agravou-se. Num hotel, cerca de 80 hóspedes também foram surpreendidos pelo rápido avanço das chamas.

Esta manhã, com a situação mais calma, os moradores dizem que estão a lutar contra um monstro:

"Ontem, infelizmente, vivemos aqui um inferno. Aquilo era um vulcão, era um monstro... não tem explicação aquilo que ontem vivemos aqui."

O fogo ainda não consumiu a totalidade do mato em torno das habitações, mas a população tem uma certeza:

"Todas as noites o fogo vem."

As condições metrológicas não ajudam e os moradores pedem mais apoio.

"Como é que é possível não haver um avião para defender a nossa aldeia? Estava tudo em chamas, umas labaredas", relata um popular.

"O que me salvou foram as ordens do comandante. Ele disse-me: 'Proteja a sua casa, que eu não tenho bombeiros para esta rua'", recorda uma moradora.

O incêndio começou em Arganil, há mais de uma semana. Já atingiu seis concelhos e estima-se que terá consumido cerca de 60 mil hectares.

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