Incêndios em Portugal

Pelo menos 66 pessoas cumprem pena por crime de incêndio florestal em Portugal

Nas cadeias portuguesas, há neste momento mais de 40 pessoas a cumprir pena por incêndio florestal e outras 40 em prisão preventiva. Cerca de 24 estão internadas em unidades psiquiátricas.

Ana Filipa Nunes

Jorge Costa

Ainda este fim de semana, dois suspeitos de fogo posto no distrito da Guarda ficaram sujeitos à medida de coação mais gravosa. Um homem de 19 anos, que terá usado um isqueiro na Serra da Estrela, e uma mulher de 32 anos, que também terá utilizado chama direta para assustar os vizinhos com quem vivia em conflitualidade em Pinhel.

Estes detidos fazem já parte dos 39 reclusos que, esta segunda-feira, se encontravam em prisão preventiva, de acordo com os números revelados à SIC pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.

35 estão à espera de julgamento e quatro aguardam trânsito em julgado, isto é, que a decisão judicial se torne definitiva depois de todos os recursos.

Já com decisão final, estão nesta altura nas prisões 42 reclusos condenados pelo crime de incêndio florestal. Outros 24 foram considerados inimputáveis e estão internados em instituições psiquiátricas.

PJ fala em "incendiários em série"

Na SIC Notícias, o diretor nacional adjunto da Polícia Judiciária traçou o perfil destes criminosos.

As consequências são visíveis todos os anos, com impacto direto em várias localidades. De acordo com o site Estatísticas da Justiça, de 2013 a 2022 foram constituídos 1.648 arguidos e condenadas 1.199 pessoas por incêndio florestal.

43% tiveram penas de prisão suspensas, 36% multas e 10% prisão efetiva. A grande maioria dos condenados tem mais de 40 anos. Isto é, 28% têm entre 50 e 64 anos, 22% entre 40 e 49 e 17% mais de 65 anos.

Em Conselho de Ministros, o Executivo já tinha admitido agravar as penas. O crime de incêndio florestal é punido com pena de prisão de um a 8 anos, podendo ser agravada caso crie perigo para a vida ou bens patrimoniais.

Últimas