Incêndios em Portugal

Os “interesses que sobrevoam” os incêndios e as promessas de mão firme de Montenegro

O primeiro-ministro não hesitou em atribuir a interesses criminosos a origem de muitos dos incêndios que têm atingido o país, depois de ter declarado o estado de calamidade nos concelhos afetados.

Ana Geraldes

Diogo Teixeira Pereira

Vítor Caldas

Humberto Candeias

A situação de calamidade foi já decretada em todos os municípios afetadas pelos fogos. O Governo garante desde já que vai procurar soluções para quem ficou sem casa e para as empresas que deixam de poder trabalhar. A decisão foi tomada num Conselho de Ministros em que Luís Montenegro disse haver interesses particulares na origem dos incêndios e prometeu mão firme.

Com os grandes incêndios longe de apagados e uma avaliação dos danos ainda impossível de calcular, Luís Montenegro chamou os ministros a São Bento para uma reunião extraordinária com o Presidente da República.

O primeiro-ministro quer que o Governo seja visto a agir sem demoras. E desde já, no que diz respeito à origem dos fogos.

“Não podemos perdoar atitudes criminosas que estão na base de muitas das ignições que ocorreram nos últimos dias”, declarou o chefe de Governo, afirmando que havia “coincidências a mais” no aparecimento de um grande número de fogos.

Coincidências que Luís Montenegro não hesita em atribuir a interesses criminosos.

“Há interesses que sobrevoam estas ocorrências”, atirou.

O primeiro-ministro anunciou, para os próximos dias, a criação de uma equipa especializada com meios de investigação criminal, em diálogo com a Procuradoria-Geral da República. Decisão que tomou depois de ter estado reunido com a ministra da Justiça, antes do Conselho de Ministros - em que também foi decidido agir já, face a uma situação de alerta que se revela insuficiente.

O primeiro-ministro anunciou, por isso, a elevação para situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos fogos. A ideia é também, no imediato, começar a tratar dos prejuízos.

Com a certeza de uma solidariedade estratégica, transmitida por Marcelo Rebelo de Sousa, que sublinhou o princípio de nunca se dar por garantido um combate favorável.

O Presidente e o primeiro-ministro mantêm-se de agendas canceladas, pelo menos até ao final da semana.

Últimas