Guerra Rússia-Ucrânia

Acordo no Mar Negro? "Vamos continuar a correr para estarmos todos parados"

Na análise à atualidade internacional, o coronel Carlos Mendes Dias aborda os últimos desenvolvimentos para um acordo de tréguas no Mar Negro.

Carlos Mendes Dias

Nas últimas horas assistimos a um primeiro passo para tentar diminuir o grau de hostilidade na guerra. Rússia e Ucrânia terão chegado a acordo de tréguas no Mar Negro. O entendimento surge após encontros dos Estados Unidos com os dois países na Arábia Saudita nos últimos dias. Moscovo exigiu levantamento de algumas sanções para aplicar tréguas marítimas. Carlos Mendes Dias começa por explicar que, na sua perspetiva, não se trata de um acordo, mas sim de dois.

"Vamos continuar a correr para estarmos todos parados. Esta de facto, julgo que resume a circunstância. Primeiro, não é um acordo. São dois acordos. As pessoas ficam com a sensação que é entre Rússia e Ucrânia. Não é verdade. É entre Rússia e Estados Unidos e Ucrânia e Estados Unidos. Por exemplo, a Ucrânia não foi tida nem achada sobre esta condição de levantamento de sanções. E que impacta diretamente no tal suposto acordo".

O coronel Carlos Mendes Dias alerta para as diferentes interpretações destes acordos:

"Se para uns começa desde já, para outros desde que levantem as sanções. (...) Se nós repararmos bem, do lado ucraniano, a venda de cereais já estava praticamente ao nível de antes da guerra. Porque serve primeiro o acordo de cereais e depois a utilização dos mares territoriais, dos países costeiros, para fazer sair os cereais.
No seu conjunto já estava praticamente ao nível do pré-guerra, a Federação Russa é que não. Do ponto de vista militar, os ucranianos controlam a parte ocidental do Mar Negro", começa por referir.

Este é um dos temas em análise no habitual explicador do Jornal do Dia, por volta das 13:45, com o coronel Carlos Mendes Dias.

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