Guerra Rússia-Ucrânia

UE aprova novas sanções à Rússia e insiste no papel de Kiev em acordo de paz

Enquanto a liderança da Europa está na capital ucraniana, os ministros dos Negócios Estrangeiros reuniram-se em Bruxelas. Aprovaram mais um pacote de sanções à Rússia e deixaram um alerta aos EUA.

Ana Geraldes

A União Europeia aprovou mais um pacote de sanções à Rússia - é já o 16.º. A decisão foi tomada na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros, esta manhã, em Bruxelas, em que se discutiu o conflito e os esforços diplomáticos que devem ser feitos no sentido de um acordo de paz. O ministro português, Paulo Rangel, afirma que só com a Ucrânia e Zelensky envolvidos nas negociações haverá uma paz justa. 

Esta segunda-feira, foi cumprido, no início da reunião em Bruxelas, um minuto de silêncio, para assinalar os três anos da guerra na Ucrânia. É simbólico, como o são as visíveis formas de apoio incondicional dos líderes europeus – por exemplo,o amarelo e azul – cores da bandeira ucraniana –usadas por Kaja Kallas, a alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros. 

No dia da independência da Estónia, Kallas diz que optou por mostrar como em Bruxelas a União Europeia continua com a Ucrânia. “Temos de apoiar a Ucrânia mais do que nunca”, sublinhou. 

Uma forma de colocar a Ucrânia numa situação mais favorável em negociações é atingir a economia e finanças da Rússia. Por isso, foi aprovadoo 16.º conjunto de sanções da União Europeia a Moscovo. Visa as importações de alumínio, os bancos que contornam anteriores sanções, mas também os controladores de videojogos, utilizados para pilotar drones, ou os que apoiam a chamada "frota fantasma" de petroleiros com que a Rússia tem continuado o comércio de petróleo.  

"Nada sem o consentimento da Ucrânia"

Ao mesmo tempo, a discussão no plano político, tem um novo interveniente nos Estados Unidos da América. Donald Trump é um desafio também para a diplomacia europeia. E Portugal alinha pela defesa dos 27 de que a paz pode concretizar-se com a Ucrânia no processo de paz. 

“Evidentemente que implica sempre que a Ucrânia esteja numa situação paralela à da Federação Russa nessa negociação. Isso é fundamental”, frisou o chefe da diplomacia portuguesa, Paulo Rangel. “Nada pode ser feito sem o consentimento da Ucrânia.” 

Para o ministro dos negócios estrangeiros, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelesnky, é o interlocutor legítimo e a União Europeia não pode deixar de ter uma palavra nas negociações, pelo papel que terá necessariamente no esforço de reconstrução e segurança pós-guerra.

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