Guerra Rússia-Ucrânia

Putin diz que sempre esteve aberto a negociar com a Ucrânia

Vladimir Putin defende que a invasão da província russa de Kursk foi não só um fracasso como deu espaço ao avanço das tropas russas. Garante ainda que sempre esteve aberto ao diálogo e que continua disposto a negociar com a Ucrânia.

João Nuno Assunção

No Fórum Económico de Vladivostok, no Extremo Oriente, Putin respondeu assim à hipótese de dialogar com a Ucrânia: “estamos dispostos a negociar com eles? Nunca o recusámos, mas não com base em exigências efémeras, mas com base nos documentos que foram acordados e praticamente validados em Istambul”.

Putin fala do acordo para exportação de cereais da Ucrânia que Moscovo abandonou por alegado incumprimento. Defende, ainda, que a invasão em curso da província russa de Kursk ficou muito aquém dos objectivos de Kiev. 

“Pelo contrário, ao deslocar para a zona fronteiriça esses agrupamentos bastante numerosos e com alguma preparação, o inimigo enfraqueceu-se em eixos-chave e as nossas forças aceleraram as operações de ataque", diz Vladimir Putin, presidente da Rússia.

O Instituto para o Estudo da Guerra confirma. Em agosto a Rússia registou no leste da Ucrânia o maior avanço dos últimos 2 anos e esta quinta feira anunciou a conquista de mais uma localidade. 

O conflito continua a alimentar o risco de um desastre nuclear, seja na central atómica de Kursk, seja no complexo de Zaporijia que na quarta-feira recebeu a 5ª visita do responsável da ONU. 

“A situação aqui é muito frágil devido às operações militares. Segundo sei, fui informado de que hoje houve alguns bombardeamentos, mas não muito longe daqui”, explica Rafael Gross, diretor geral da Agência Internacional da Energia Atómica.

Desgastado por mais de 2 anos de guerra, o Governo ucraniano está a ser alvo de uma remodelação profunda que deverá passar pela substituição de de quase 10 ministros, entre os nomes abrangidos está o chefe da diplomacia Dmitro Kuleba que dará lugar ao até agora nº2 da política externa. Zelensky diz que o país precisa de uma nova energia capaz de contrariar o desalento e a consternação que se reforçam a cada dia. 

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