Vladimir Putin já está na Mongólia onde vai participar nas comemorações dos 85 anos da batalha onde as tropas soviéticas e mongóis derrotaram o exército japonês, na Segunda Guerra Mundial.
É a primeira vez que o Presidente russo está num Estado que integra o Tribunal Penal Internacional que emitiu uma ordem de detenção no ano passado por suspeitas de crimes de guerra na Ucrânia. A Comissão Europeia diz que o país tem obrigação de capturar Putin. O Kremlin avançou na semana passada que o Presidente russo recebeu garantias de que não será detido nesta visita.
"A Mongólia põe a geopolítica e a geoeconomia à frente do direito internacional e dos tribunais internacionais, apenas para mostrar a fraqueza destas instituições internacionais. Putin, além de ter recebido garantias da Mongólia, também consultou a China que também deu garantias - porque tem grande influência na política mongol".
José Milhazes lembra que existia uma forte ligação entre a Mongólia e a antiga União Soviética. "A Mongólia era um país socialista e, com sentido de humor, dizia-se que a Mongólia era a 16ª República da União Soviética, ou seja, estava totalmente dependente da União Soviética."
Os interesses económicos da Rússia na Mongólia "são muito grandes": a Mongólia exporta matérias-primas, nomeadamente ouro e outros metais raros, através da Rússia e alguns são transformados na Rússia, e a construção do segundo gasoduto que deverá ligar a Sibéria à China através da Mongólia.
"Putin quer muito que seja construído este gasoduto para, digamos, substituir as perdas que está a ter nas relações com a Europa no que diz respeito ao fornecimento de gás. Mas aqui há problemas (...) este projeto neste momento está parado porque a Rússia não cede às pressões da China de baixar consideravelmente o preço do do gás russo".
Zelensky insiste nas armas de longo alcance
O Presidente da Ucrânia insiste que os aliados não só deviam permitir o uso de armas de longo alcance, assim como fornecer mais armamento a Kiev.
Neste momento nós estamos observar um avanço rápido da Rússia no Donbass. O objetivo parece ser, até o início do inverno, ocupar toda a região do Donbass pelas tropas russas.
"A Ucrânia começou aquela entrada surpreendente em território russo, mas por enquanto, pouco proveito tem tirado disso"
Há notícias de que as tropas ucranianas enfrentam sérias dificuldades em termos de coordenação do comando da frente.
"A Ucrânia está entrar num período de grandes dificuldades e só resistirá se tiver um grande apoio e se conseguir convocar mais homens para as fileiras das forças armadas.