O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou esta quarta-feira que se encontrará na próxima semana, durante a Assembleia-Geral, com os Presidentes da Ucrânia, da Turquia, e com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.
Numa conferência de imprensa em Nova Iorque, Guterres afirmou que nos seus encontros com Volodymyr Zelensky, com Recep Tayyip Erdogan e com Lavrov abordará o Acordo dos Cereais do Mar Negro, que se encontra suspenso por decisão de Moscovo.
"Na próxima semana irei receber o Presidente Zelensky, o Presidente Erdogan e o ministro Lavrov e, obviamente, esta questão (acordo dos cereais) estará na mesa das nossas discussões", disse o líder da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Não vou dizer se estou otimista ou pessimista, a única certeza que podem ter é que continuo determinado em fazer todos os possíveis para restabelecer o Acordo dos Cereais do Mar Negro, a exportação de alimentos ucranianos e também a facilitação, dentro do regime de sanções, de alimentos e fertilizantes russos", acrescentou.
O ex-primeiro-ministro português frisou que se encontrará separadamente com Zelensky, Erdogan e Lavrov.
Esta será a primeira comparência de Zelensky na Assembleia-Geral da ONU, que levará a Nova Iorque dezenas de chefes de Estado e de Governo de todo o mundo, entre eles o Presidente norte-americano, Joe Biden.
No ano passado, a semana de alto nível das Nações Unidas ocorreu pouco mais de seis meses após a invasão da Ucrânia pela Rússia, pelo que Zelensky optou por não sair do seu país e discursou no debate da Assembleia-Geral através de uma mensagem de vídeo pré-gravada.
De acordo com o secretário-geral, este é um "momento único" para os líderes de todos os cantos do globo não só avaliarem o estado do mundo, mas também agirem em prol do bem comum.
"Ação é o que o mundo precisa. Iremos reunir-nos num momento em que a humanidade enfrenta enormes desafios, desde o agravamento da emergência climática à escalada de conflitos, à crise global do custo de vida, ao aumento das desigualdades e às dramáticas perturbações tecnológicas. As pessoas procuram nos seus líderes uma saída para esta confusão", afirmou, lamentando que as divisões geopolíticas estejam a minar a capacidade de resposta.
Guterres voltou a defender a necessidade de reformar e fortalecer as instituições multilaterais, sempre com base na Carta das Nações Unidas e no direito internacional.