Guerra Rússia-Ucrânia

"Não é a primeira vez que Lula mostra sinais preocupantes. Não sei se é da idade"

Major-general João Vieira Borges considera que o líder brasileiro se deixou levar pela emoção, quando disse que Putin não seria detido se participar na próxima cimeira do G20, que se realizará no Brasil em 2024.

SIC Notícias

A Ucrânia anunciou esta segunda-feira a recuperação de uma plataforma de petróleo e gás no Mar Negro que era controlada por Moscovo desde 2015, na sequência de uma operação de contraofensiva das forças de Kiev.

De acordo com o Ministério da Defesa ucraniano, uma "operação única" que permitiu recuperar a plataforma, cuja data não foi avançada, resultou de “combates entre forças especiais ucranianas a bordo de barcos e de um avião de combate russo Su-30.

Para o Major-general João Vieira Borges o fator surpresa por parte das tropas ucranianas nesta missão foi essencial para a recuperação.

"Aqui é o fator surpresa. Quem tem tido a iniciativa, tem essa capacidade de criar surpresa, como é o caso da Ucrânia, designadamente com as forças de operação especiais. O fator surpresa funcionou muito bem e nesse sentido teve resultados que são o 'estandarte' para os ucranianos", disse na antena da SIC Notícias.

Kiev afirma que a Rússia prepara uma nova mobilização forçada de 400 mil a 700 mil novos recrutas, entre os quais cerca de 40 mil chechenos para compensar as pesadas baixas que o exército russo está a sofrer na Ucrânia.

João Vieira Borges afirma que a vinda de militares de outros territórios que não as grandes cidade, irá continuar porque as eleições estão se a aproximar.

“Estes reforços irão continuar a chegar porque as eleições estão perto e a Rússia tem que ganhar pelos 90 por cento como diz o seu porta-voz. Portanto isso teria repercussões imediatas se houvesse mobilização militar”, aponta.

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, tem sido alvo de críticas após as declarações em que afirmava que Vladimir Putin, não seria detido se participar na próxima cimeira do G20, que se realizará no Rio de Janeiro em 2024.

Major-general João Vieira Borges considera que o líder brasileiro deixou-se levar pela emoção, que o fez esquecer dos pontos básicos da democracia.

“A separação de poderes devia estar bem presente num presidente num país democrático como é o Brasil. Foi um discurso dominado pela emoção, certamente fez com que se esquecesse, daquilo o que é básico em termo do que é uma democracia. Mas não é a primeira vez que Lula mostra sinais preocupantes nestas situações. Não sei se é da idade. Isto é complicado porque no próximo ano, o Brasil vai receber a cimeira do G20”, concluiu.

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