Guerra Rússia-Ucrânia

"A Rússia precisa da Coreia do Norte para reforçar peças de artilharia e mísseis antitanque"

Germano Almeida, comentador da SIC, sublinha que o Ocidente, a União Europeia e os Estados Unidos devem olhar com preocupação para o encontro entre Kim Jong-un e Vladimir Putin, que deverá acontecer ainda este mês em Vladivostok, na Rússia.

Germano Almeida

SIC Notícias

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, está a planear uma visita à Rússia este mês, onde manterá um encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin sobre a possibilidade de Pyongyang entregar mais armas a Moscovo para a guerra na Ucrânia. Este é um dos temas em destaque na análise de Germano Almeida sobre os últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia.

O comentador da SIC considera que o Ocidente, a União Europeia e os Estados Unidos devem olhar com preocupação para este encontro que demonstra que “a Rússia precisa da Coreia do Norte para reforçar, sobretudo, peças de artilharia e mísseis antitanque” e Pyongyang “quer tecnologia avançada, sobretudo na questão dos satélites e também para os submarinos de propulsão nuclear”.

“É uma aliança que não nos surpreende, que não é nova, mas que, por motivos de força maior, eu diria por parte da Rússia, precisa de ser aprofundada”, sublinha.

“Tudo indica que de facto Kim Jong-un vá à Rússia, não a Moscovo, mas a Vladivostok, vá de comboio de Pyongyang e possa estar possa estar precisamente no Fórum Económico Oriental, que decorre já para a semana em Vladivostok", diz Germano Almeida.

Encontro entre Putin e Erdogan

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou esta segunda-feira que a Ucrânia deve "suavizar a sua posição" relativamente ao acordo dos cereais do Mar Negro e "tomar medidas partilhadas com a Rússia" para que o acordo funcione.

Erdogan está a fazer um jogo por um por um lado é importante, mas é também perigoso porque promover a ideia de que a Ucrânia também devia ser mais flexível a aceitar as exigências russas, quando as exigências russas nós já as conhecíamos e partem de pressupostos que não são verdadeiros.

Fica difícil por causa do comportamento que a Rússia teve pós retirada do acordo, ou seja, quando bombardeia portos ucranianos no Mar Negro e depois também no Danúbio com a questão agora também, se isso não está a afetar também território romeno, embora a Roménia desminta, mas a Ucrânia insiste que isso aconteceu e é uma situação complicada”, explica o comentador da SIC.

Germano Almeida sublinha que caso se confirme este bombardeamento na Roménia “é a prova de que território NATO pode ser atingido na sequência da agressão russa na Ucrânia”.

Erdogan poderá encontrar-se agora com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, depois de ter dito que a Ucrânia deveria suavizar posições.

O comentador da SIC lembra que "um acordo, seja um novo ou um mal ou nuances do anterior, implica sempre cedências das duas partes e, como digo Erdogan tem créditos nisso. É um player que tem esse crédito da parte de António Guterres, com a forma como há um ano conseguiu o único acordo desde o início da guerra entre os beligerantes. Isso é importante, com interesse por todo o mundo, e Erdogan vai jogar essa carta, portanto vamos esperar".

Contraofensiva ucraniana e mudança de ministro da Defesa

Germano Almeida sublinha que “os últimos dias dão bons sinais à Ucrânia, sobretudo depois de ter tomado Robotina, está a seguir, vamos ver se continua”.

Sobre a saída do ministro da Defesa, Oleksi Reznikov, demonstra que Zelensky “está a levar a sério os sinais de combate à corrupção”.

“Havia suspeitas de que Reznikov sabia demais relativamente a isso e não tinha feito tudo para travar e o sinal de Rustem Umerov [novo ministro da Defesa ucraniano], um tártaro da Crimeia é um sinal de que a Crimeia é fundamental na equação de Zlensky para esta guerra”, destaca o comentador da SIC.

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