Guerra Rússia-Ucrânia

Investigadores russos confirmam morte de Prigozhin

Em Washington, Paris, Berlim ou Kiev, altos funcionários deram a entender que as suas suspeitas recaíam diretamente sobre o Kremlin. Por seu lado, o Kremlin negou ter ordenado o assassinato de Prigozhin.

SIC Notícias

A morte do chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, cujo avião caiu na quarta-feira na Rússia, foi confirmada por exames genéticos, anunciou este domingo o Comité de Investigação Russo.

No final da "perícia genética molecular" foi apurado que as identidades das 10 vítimas, cujos corpos foram encontrados após a queda, "correspondem à lista" de passageiros e tripulantes do avião, indicou, num comunicado, o Comité, órgão responsável pelas principais investigações na Rússia.

Sem acrescentar mais detalhes, o Comité indicou que entre as vítimas estava Prigozhin.

Os investigadores não se pronunciaram sobre eventuais causas da queda do avião.

O jato particular que transportava Prigozhin e a sua guarda caiu no final da tarde de quarta-feira na região de Tver, a noroeste de Moscovo, levantando imediatamente suspeitas de um assassinato orquestrado pelo poder russo.

A autoridade de aviação civil da Rússia disse então que Prigozhin, 62 anos, e alguns de seus principais tenentes estavam na lista de passageiros e tripulantes a bordo do avião.

O vice de Prigozhin, Dmitry Utkin, bem como o mentor da logística do grupo Wagner, Valery Chekalov, também morreram no acidente.

Em Washington, Paris, Berlim ou Kiev, altos funcionários deram a entender que as suas suspeitas recaíam diretamente sobre o Kremlin.

Uma avaliação preliminar dos serviços de inteligência dos EUA concluiu que uma explosão intencional causou a queda do avião e um dos responsáveis ocidentais que descreveu esta avaliação inicial lembrou a "longa história de Putin de tentar silenciar os seus críticos".

Por seu lado, o Kremlin negou ter ordenado o assassinato de Prigozhin, qualificando estas insinuações como "especulação".

Yevgeny Prigozhin foi o fundador e chefe da força mercenária Wagner, que há dois meses organizou um motim de um dia inteiro contra os militares russos, liderando os seus mercenários da Ucrânia em direção a Moscovo.

O presidente Vladimir Putin classificou o ato como "traição" e prometeu punição aos envolvidos.

No entanto, o Kremlin acabou por fechar um acordo com Prigozhin para pôr fim à revolta armada, deixando-o sair em liberdade sem enfrentar quaisquer acusações e reinstalar-se na Bielorrússia.

Permanece agora incerto o destino dos mercenários Wagner, que até recentemente desempenharam um papel importante na campanha militar da Rússia na Ucrânia e estiveram envolvidos em vários países africanos e do Médio Oriente.

Após o motim, o Kremlin apresentou aos combatentes Wagner três opções: seguirem o seu líder até à Bielorrússia, reformarem-se ou alistarem-se no exército russo.

Vários milhares de mercenários Wagner optaram por se mudar para a Bielorrússia, onde foi erguido um acampamento para eles a sudeste da capital, Minsk.

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