Guerra Rússia-Ucrânia

Porque é que o rublo é atualmente "uma das moedas mais fracas do mundo"?

José Milhazes, comentador da SIC, aborda a crescente desvalorização da moeda russa, a postura da China face ao conflito na Ucrânia e as principais necessidades militares das forças de Kiev.

SIC Notícias

José Milhazes analisa, na SIC Notícias, a desvalorização do rublo russo e as consequências que daí advêm, bem como a relação cada vez mais "estreita" entre a China, a Rússia e a Bielorrússia.

O rublo russo continua a enfraquecer face ao euro, sendo transacionado a 109,81 rublos por euro, o ponto mais baixo desde 23 de março do ano passado.

Apesar disso, José Milhazes diz que o Banco Central russo continua a afirmar que "está tudo bem". Segundo o comentador da SIC, o enfraquecimento desta moeda deve-se à diminuição das exportações russas e ao aumento das importações e à crescente procura por moedas estrangeiras por parte dos cidadãos russos.

A subida de preços na Rússia

Milhazes aponta que um adjunto de Vladimir Putin veio chamar à atenção para o perigo que a desvalorização do rublo representa.

"Os preços aumentam porque a Rússia continua a importar muito do que come e aí os consumidores têm de pagar a queda do rublo, porque os produtos passam a ser mais caros", explica o comentador, que acrescenta que o rublo é, neste momento, "uma das moedas mais fracas do mundo".

Esclarece que as autoridades terão que tomar medidas, "mesmo que artificiais", para travar esta queda, uma vez que esta situação é uma fonte de descontentamento social na Rússia. Milhazes atira que uma das soluções pode passar pela "injeção de capital neste processo".

Ministro da Defesa chinês visita Kiev

O ministro da Defesa chinês vai visitar a Rússia e a Bielorrússia, enquanto o ministro das Finanças da Alemanha esteve durante a manhã desta segunda-feira em Kiev.

José Milhazes indica que a China, a Rússia e a Bielorrússia têm vindo a estabelecer uma relação cada vez mais "estreita" e que Pequim, apesar das declarações "de paz e amor", continua a apoiar o Kremlin.

"Esta visita do ministro da Defesa chinesa a Moscovo não augura grande coisa. Quer dizer, o reforço das relações militares e, quiçá, das relações militares e, quiçá, o fornecimento de material de guerra como tem acontecido, mais ou menos abertamente", afirma.

Relativamente ao grupo Wagner, que "tanto está na Bielorrússia, como agora começa a sair da Bielorrússia", o comentador diz que agora, aparentemente, não há dinheiro para pagar aos seus mercenários. No entanto, aponta que o ministro da Defesa russo prometeu "uma soma bastante significativa" para que militares russos substituam o grupo Wagner em África.

Um dos grandes obstáculos à contraofensiva

Sobre a visita do ministro das Finança alemão à Ucrânia, José Milhazes refere que a Alemanha deveria abordar o envio de mísseis de longo alcance, ao invés de estar a fazer planos para a reconstrução do país invadido.

"A Ucrânia está a avançar, mas a passo de caracol porque não tem armamento para realizar uma contraofensiva com êxito (…) Outro material que é muito importante é o material para desminar o terreno e a formação de sapadores, a Ucrânia tem uma falta de sapadores", diz.

O comentador da SIC termina sublinhando que as minas terrestres russas são um dos principais inimigos à reconquista de territórios por parte das tropas de Kiev.

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