Um caça russo da Frota do Norte descolou esta segunda-feira para intercetar um avião norueguês que sobrevoava as águas neutrais do Mar de Barents, no Ártico, em direção à fronteira da Rússia, informaram as autoridades de Moscovo.
"A tripulação do avião de combate russo identificou o alvo aéreo como um avião de patrulha da base R-8A Poseidon da Força Aérea Norueguesa", disse o Ministério da Defesa da Rússia num comunicado citado pela agência de notícias Interfax.
O Ministério detalhou que o avião norueguês afastou-se da fronteira russa quando avistou o caça da Frota do Norte.
"O voo russo foi realizado em estrita conformidade com os padrões internacionais", acrescentou o comunicado.
Este incidente ocorre depois de caças F-16 neerlandeses terem descolado esta segunda-feira de manhã para intercetar dois bombardeiros russos que se dirigiam para o espaço aéreo do país, e consequentemente da NATO, e que foram detetados pela Dinamarca, divulgaram os Países Baixos.
As aeronaves russas acabaram "por dar a volta", afastando-se do espaço aéreo da Aliança Atlântica, informou o Governo neerlandês.
Num comunicado, o Ministério da Defesa dos Países Baixos explicou que os dois F-16 da Força Aérea neerlandesa descolaram para "intercetar dois bombardeiros russos que voavam em direção ao espaço aéreo" do país, e que os meios foram acionados na sequência do chamado Alerta de Reação Rápida, às 07:19 locais (06:19 em Lisboa).
"Isto não acontece muitas vezes, mas o incidente de hoje demonstra a importância de uma intervenção rápida. Os F-16 estão de prontidão 24 horas por dia e podem descolar em poucos minutos e intercetar um avião não identificado", afirmou o ministério neerlandês.
Bombardeiros estratégicos russos Tu-160, Tu-95MS e Tu-22M3 realizaram voos de patrulha de rotina sobre águas neutras do Báltico, Noruega, Barents e outros oceanos Árticos, informou igualmente o Ministério da Defesa da Rússia na segunda-feira.
O voo de maior duração foi de mais de sete horas, segundo o comunicado da Defesa. Durante a missão de patrulha, os bombardeiros foram escoltados por caças Su-35S, Su-27 e MiG-31 das Forças Aeroespaciais e da aviação naval da Marinha.
"Todos os voos foram realizados em estrita conformidade com os regulamentos internacionais para o uso do espaço aéreo", frisou o comandante-em-chefe da aviação de longo alcance da Rússia, tenente-general Sergei Kobilash.
A vigilância do espaço aéreo tem sido uma das principais preocupações quer da NATO quer da Rússia, que têm evitado uma confrontação direta no seguimento da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado.