Para Germano Almeida é muito importante uma comissão internacional o mais independente possível para que seja possível produzir resultados rápidos e imediatos, saudando a “iniciativa do Presidente Erdogan”.
“É evidente [que esta explosão na barragem] só interessa à Rússia, sobretudo porque trava a contraofensiva ucraniana. Não consigo acreditar que a Ucrânia produzisse esta catástrofe contra a sua própria população, mas como em tudo naturalmente nesta guerra, há que ter dados objetivos e, portanto, é bem-vinda essa iniciativa”, disse Germano Almeida.
Para o comentador da SIC, nas entrevistas que Zelensky deu a três jornais europeus “deixa a entender que está de acordo com a realização de uma investigação. Agora, vamos ver se Putin também se quer envolver”.
Através de uma conversa telefónica com o chefe de Estado da Ucrânia, Erdogan “sugeriu que poderia ser criada uma comissão com a participação de especialistas das partes beligerantes, das Nações Unidas e da comunidade internacional, Turquia incluída”, referiu em comunicado.
Esta comissão teria por missão realizar uma "investigação aprofundada sobre a destruição da barragem de Kakhovka", precisou Ancara.
Atrasar a contraofensiva ucraniana
Com uma contraofensiva ucraniana iminente, os sucessivos ataques russos são uma tentativa para adiar um ofensiva da Ucrânia, tendo em conta que está em cima da mesa o futuro da Ucrânia.
“O Presidente ucraniano diz que Moscovo não apresenta nenhuma prova de que não esteve por trás da destruição da barragem e acusa a Rússia de ter feito isto para atrasar a contraofensiva ucraniana, tornando mais difícil a libertação dos territórios e diz que não vai ter sucesso ai”, explica Germano.
A tragédia que aconteceu em Kherson tem consequências a longo prazo e não prejudica apenas a Ucrânia, representa também danos para toda a Europa.
“Isto é uma tragédia com consequências a longo prazo não só para a Ucrânia, mas também para toda a Europa porque estamos a falar de terrenos que são fundamentais para a produção agrícola da Ucrânia, que é fundamental também para a segurança alimentar da Europa”, concluiu Germano.