Guerra Rússia-Ucrânia

Ucrânia "está mais preparada para a contraofensiva"

A análise do comentador da SIC, Germano Almeida, às recentes visitas do Presidente Volodymyr Zelensky às principais capitais da Europa.

Germano Almeida

SIC Notícias

Germano Almeida, comentador SIC, analisa o facto de Zelensky estar esta segunda-feira no Reino Unido depois de ter visitado a França, Alemanha e Itália ao longo do último fim de semana e ainda as consequências que estas deslocações terão no conflito com a Rússia.

Zelensky esteve em Paris, onde se encontrou com Emmanuel Macron. O Presidente francês garantiu que o país irá auxiliar militarmente a Ucrânia através do fornecimento de treino aos militares ucranianos e ainda da entrega de materiais bélicos. Antes da visita à França, Volodymyr Zelensky esteve na Alemanha e em Itália, e de seguida seguiu para o Reino Unido, onde tem encontro marcado com o primeiro-ministro Rishi Sunak.

Germano Almeida começa por analisar a visita a Londres do Presidente ucraniano e refere que a "dimensão aérea" da Ucrânia poderá ser beneficiada com este encontro.

"Zelensky sabe que o Reino Unido poderá ser crucial para esse lado que falta ainda, que são os caças, que é a dimensão aérea", aponta.

O comentador nota ainda que Londres entregou recentemente à Ucrânia vários mísseis "storm shadow", que têm um alcance entre 250 a 500 quilómetros. Estes mísseis podem ser utilizados nos caças de última geração britânicos "typhoon", que o Reino Unido ainda não fez chegar a Kiev, mas que o país tem pedido "a todo o custo".

"A guerra pode acabar já este ano"

Todas as recentes visitas do chefe de Estado ucraniano tiveram o propósito de mostrar que "a guerra pode acabar já este ano", acredita Germano Almeida.

A França decidiu reforçar o apoio a Kiev e prometeu treino militar e veículos blindados, bem como a Alemanha que prometeu "quase três mil milhões de euros" em tanques e obuses.

"Vemos uma Ucrânia mais preparada para a contraofensiva e a ideia que Zelensky terá dito e estará a dizer é que este é o momento decisivo porque esta contraofensiva ou resulta, e a Ucrânia conquista uma grande parte do território, ou há uma noção da Ucrânia que numa próxima leva ofensiva se calhar não terá tantas condições políticas a nível europeu para continuar a exigir esse apoio", afirma o comentador.

Apoio do Reino Unido

Segundo a Agência Reuters, do encontro entre Sunak e Zelensky resultará um acordo que prevê o fornecimento de "centenas de mísseis de defesa aérea e sistemas aéreos não tripulados, incluindo centenas de novos drones de ataque de longo alcance de mais de 200 quilómetros".

Germano Almeida elogia esta decisão e diz que a mesma é "fundamental", uma vez que nesta altura a Rússia "continua a bombardear cidades ucranianas".

"Continua a haver baixas civis e nesse sentido só com mais apoio poderemos pensar numa Ucrânia que resiste, esperemos que com o mínimo de baixa civil", lamenta o comentador.

Germano Almeida acrescenta que a Ucrânia terá recuperado, segundo a vice-ministra da Defesa, "mais de 10 posições russas nas últimas horas em Bakhmut" e que esta recuperação poderá ter consequências “na frente de Leste e a Sul”.

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