Igor Khashin, o imigrante russo que recebia refugiados ucranianos na Câmara de Setúbal, assinou uma declaração a apoiar a Rússia contra a Ucrânia. O documento foi assinado há oito anos, já depois de ter iniciado a colaboração com a autarquia e com o Alto Comissariado para as Migrações.
Mês e meio depois de a Rússia invadir a Crimeia, no início de 2014, Igor Khashin viajou até Moscovo e juntou-se à foto de família. Era o Congresso Mundial de Compatriotas Russos que viviam no estrangeiro.
Foi há 8 anos um dos subscritores de um documento, agora citado pela revista Visão, a louvar a intervenção da Rússia na Ucrânia e ao mesmo tempo a criticar o que chamou “a tomada inconstitucional do poder em Kiev”.
No ano seguinte, Khashin, de 46 anos, licenciado em Direito e já com nacionalidade portuguesa, assumiu ter mantido reuniões com vários funcionários da Duma e de alguns ministérios.
Terá participado em 2017 num evento com altas figuras do Kremlin, onde esteve, por exemplo, Sergei Lavrov, o todo-o-poderoso ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
Nos últimos meses, Igor Khashin terá recebido mais de 160 ucranianos no distrito de Setúbal ao serviço da autarquia, recolhendo os dados de cada um.
A investigação vai tentar apurar se houve quebra de sigilo no tratamento dos dados.
O Governo garantiu esta quinta-feira que não recebeu qualquer denúncia de associações ucranianas em Portugal.
Há duas investigações em curso à Câmara Municipal de Setúbal.
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