Cinco pontos para percebermos o que está a acontecer no Leste da Europa – e o que pode mudar na vida de todos nós.
1 – ZELENSKY PREPARA COM O FMI O FINANCIAMENTO DA RECONSTRUÇÃO DO PÓS-GUERRA
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, discutiu com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, a “questão de garantir a estabilidade financeira da Ucrânia e os preparativos para a reconstrução pós-guerra”. Zelenskiy twittou no final da noite de domingo que a Ucrânia “tem planos claros” e que a cooperação entre o FMI e a Ucrânia continuará a ser frutífera. Há uma semana, o FMI avançou: “Estamos a preparar o enorme esforço de reconstrução que será necessário”. Georgieva já havia alertado que a guerra poderia dificultar a recuperação económica global pós-Covid-19.
2 – RUSSOS VÃO CERCAR COMPLETAMENTE MARIUPOL
Um assessor do autarca de Mariupol disse que as forças russas anunciaram que a cidade sitiada será fechada para entrada e saída na segunda-feira, alertando que os homens que permanecerem na cidade serão “filtrados”.
Petro Andriushchenko garantiu que as forças russas começaram a emitir passes para circulação dentro da cidade sitiada, postando uma foto supostamente a revelar moradores que fazem fila para os passes. “Centenas de cidadãos têm que fazer fila para conseguir um passe, sem o qual será impossível não só circular entre os bairros da cidade, mas também sair às ruas a partir da próxima semana”, disse.
Num comunicado separado no sábado, Andriushchenko disse que as forças russas anunciaram que a cidade será “fechada para entrada/saída de todos a partir de segunda-feira, mas também haverá uma proibição de circular pelos distritos por uma semana”. Andriushchenko acrescentou que, de acordo com informações recebidas de dentro da cidade, os homens na cidade estarão sujeitos a “filtragem” – realocados para triagem pelas forças russas.
Autoridades ucranianas e norte-americanas alegaram que as forças russas realizaram filtragem de civis em áreas sob seu controlo, rastreando-os biometricamente, confiscando seus telefones e, em alguns casos, deportando-os contra sua vontade para a Rússia. A Câmara Municipal de Mariupol alegou que a filtragem fazia parte de um esforço mais amplo da Rússia para encobrir possíveis crimes de guerra cometidos na cidade. As forças ucranianas que defendiam a cidade anteriormente rejeitaram um ultimato do Ministério da Defesa russo pedindo aos soldados ucranianos na cidade que se rendessem.
3 – RÚSSIA REIVINDICA DESTRUIÇÃO DE FÁBRICA DE ARMAS PERTO DE KIEV
As forças armadas russas destruíram uma fábrica de munição perto de Kiev, disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, ontem, domingo.
“Mísseis de alta precisão lançados do ar durante a noite destruíram uma fábrica de munições perto da cidade de Brovary, na região de Kiev”, disse Konashenkov, conforme relatado pela agência de notícias Reuters.
4 – OITO HORAS DE ESPERA NA FRONTEIRA DA POLÓNIA COM A BIELORRÚSSIA
O governo polaco registou ontem um período de espera de oito horas na fronteira Polónia-Bielorrússia para a passagem dos camiões que saem da UE após um prazo de sanções.
Imagens de drones mostraram camiões de carga parados por quilómetros na estrada da Polónia para a Bielorrússia, horas antes das sanções entrarem em vigor.
A UE impôs uma proibição total aos operadores rodoviários de mercadorias russos e bielorrussos que trabalham na UE. Isso foi acordado como parte da quinta ronda de sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia.
A proibição entrou em vigor no sábado, 16 de abril, e incluiu exceções para agricultura e produtos alimentícios, ajuda humanitária e energia.
5 – DATAS SENSÍVEIS PARA A PRESSÃO SOBRE A RÚSSIA
A UE introduziu embargo ao petróleo russo a começar no dia 24 de abril – veremos quantos Estados Membros vão cumprir já esse desígnio e de que modo poderão fazê-lo.
Entretanto, as sanções sobre Moscovo têm efeitos claros e a Rússia pode entrar em incumprimento perante os credores já a 4 de maio – veremos é que tipo de artifícios e artimanhas pode tentar Putin fazer para contornar o problema.
O exército russo já terá perdido cerca de 20 mil militares, dizem as forças armadas ucranianas. A NATO faz exercícios militares no Mar Báltico, um dia depois do Kremlin ameaçar a zona com armas nucleares.