A China criticou, esta quinta-feira, as acusações “injustificadas” dos Estados Unidos, acerca do seu relacionamento com a Rússia, defendendo que trabalha pela paz e que está do “lado certo” da História.
Importante parceiro diplomático e económico de Moscovo, Pequim recusou, até à data, condenar claramente a invasão da Ucrânia pela Rússia.
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse na quarta-feira que a posição da China em relação à Rússia ameaça a sua “integração” na economia global.
“A China reafirmou recentemente o seu relacionamento especial com a Rússia. Espero que a China faça algo positivo com esse relacionamento e ajude a terminar esta guerra”, disse Yellen.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China expressou esta quinta-feira a sua insatisfação com aquelas declarações.
“Estamos a fazer grandes esforços para aliviar a situação, resolver a crise e restaurar a paz”, disse Zhao Lijian, porta-voz da diplomacia chinesa, pedindo que não se “distorça a posição” de Pequim.
“A soberania da Ucrânia deve ser preservada. As preocupações legítimas de segurança da Rússia também devem ser respeitadas”, defendeu.
Pequim concorda com Moscovo, quando este considera que a expansão da NATO ajudou a desencadear a guerra na Ucrânia.
A posição da China em relação à Rússia contrasta com a do Ocidente, que condenou fortemente a operação militar na Ucrânia e impôs sanções contra a economia e os líderes russos.
“Nós opomo-nos a acusações e suspeitas injustificadas contra a China”, disse Zhao Lijian. “O tempo vai acabar por provar que a China está do lado certo da História”, afirmou.
Os Estados Unidos dizem estar preocupados com a potencial ajuda militar chinesa ao exército russo ou a possibilidade de Pequim ajudar Moscovo a contornar as sanções ocidentais.
A China pediu no início de abril aos países ocidentais que não “superestimem” o seu papel.
COM LUSA
Saiba mais
- Guerra na Ucrânia: Kiev nega que Mariupol tenha caído sobre domínio russo
- “Ameaça continua a ser muito grande” para população de Kiev regressar a casa
- Compreender o conflito (XLVII): entre o horror e a mentira
- Guerra na Ucrânia: ataque a zona residencial em Kharkiv faz quatro mortos
- Adesão da Finlândia à NATO “não pode ser vista como uma provocação, mas como uma reação”
- “Não é novidade” que Rússia tem armas nucleares nos Países Bálticos, garante a Lituânia
- Incêndio ou ataque com mísseis? O que se sabe sobre as explosões no navio russo “Moskva”
- Ucrânia: ministro dos Negócios Estrangeiros irlandês está a caminho de Kiev
- Refugiados ucranianos com documentação necessária para entrar em Portugal graças à missão Abraçar a Ucrânia