Guerra Rússia-Ucrânia

ONU quer publicar número mais realista de vítimas civis na Ucrânia

Alto Comissariado indicou 1.626 civis mortos, mas a própria ONU admite que números reais serão bastante mais elevados.

As Nações Unidas (ONU) pretendem publicar um número mais realista de vítimas civis na Ucrânia, disse um responsável à Airways, uma Organização Não-Governamental (ONG) que investiga, no terreno, vítimas civis resultantes de conflitos armados.

A ONU faz um levantamento de vítimas civis naquele país desde 2014, ano em que Moscovo anexou a Crimeia, através da Missão de vigilância de Direitos Humanos na Ucrânia, que continua no terreno após a invasão russa, em 24 de fevereiro.

É o trabalho da Missão que permite ao Alto Comissariado da Nações Unidas publicar diariamente um balanço humano do conflito, que pretende mais realista.

O Alto Comissariado indicou 1.626 civis mortos, incluindo 132 crianças, mas a própria ONU admite que os números reais serão bastante mais elevados.

“Estamos a trabalhar numa estimativa realista do número real de vítimas do conflito. Temos um grande conjunto de informações que nos permitem triangular ou aproximar do número real de mortos”, disse à Airways o responsável pelo levantamento dos números, Uladzimir Shcherbau.

Apesar das críticas aos números notoriamente baixos avançados pela ONU, a porta-voz do Alto Comissariado em Genebra, Elizabeth Throssell, garantiu à France-Presse que “a nova forma de avaliar as perdas foi pensada no âmbito do trabalho da Missão” e não no sentido de reagir à opinião pública.

Segundo Uladzmir Shcerbau, o novo número continuará a ser “conservador”, mas “bastante mais próximo da realidade”.

Ao elaborar um relatório de vítimas humanas, a ONU deve conduzir uma investigação completa sobre cada civil que possa ter sido morto, a fim de estabelecer onde e quando ocorreu o óbito, o nome, a idade e o sexo da vítima.

Procura, também, determinar que parte do conflito controlava o local onde ocorreu o óbito, a arma usada e as circunstâncias da morte.

Porém, no contexto atual da Ucrânia, “não é possível aprofundar todos os incidentes”, devido à enorme quantidade de informação que deve ser processada em tão pouco tempo, frisou Shcherbau.

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