A Rússia disse esta quinta-feira que vai abrir corredores humanitários todos os dias para permitir que os refugiados ucranianos cheguem a território russo, enquanto Kiev pede passagens que permitam a retirada de civis dentro da Ucrânia.
“Anunciamos oficialmente que os corredores humanitários para a Federação Russa vão ser abertos unilateralmente, sem coordenação, todos os dias a partir das 10:00 [07:00, em Lisboa] “, disse o Ministério da Defesa russo, segundo agências de notícias russas.
Os corredores virados para “outras direções serão negociados com o lado ucraniano“, acrescentou. Esta quinta-feira, as autoridades da Ucrânia abriram mais sete corredores humanitários para retirar os civis de algumas das cidades mais importantes do país, atacadas pelas forças russas.
As travessias que passaram a ser seguras estão localizadas em Mariupol, uma das cidades do sudeste da Ucrânia que mais tem sofrido com o cerco russo, além de Volnovaja, Izium, Sumi, Trostianets e Krasmopil.
As autoridades também se estão a esforçar para garantir rotas seguras para a saída da população das cidades em redor da capital: Bucha, Borodianka, Irpin e Gostomel, indicou a vice-primeira-ministra e ministra para a Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, citada pela agência nacional ucraniana Ukrinform.
Vereshchuk adiantou que a evacuação das cidades de Trostianets, Krasnopillia e Sumi será realizada na direção de Poltava, através de autocarros e de automóveis. Além disso, a retirada de pessoas de Mariupol na direção de Zaporizhzhia, enquanto as de Volnovakha serão direcionadas para Pokrovsk e as de Izium para Lozova.
A ministra também explicou que todos os cidadãos que permanecem nas cidades vizinhas à capital, fortemente bombardeadas pelas tropas russas, serão transferidos para Kiev.
A abertura destes corredores humanitários foi acordada pela Rússia e pela Ucrânia na terceira ronda de negociações na Bielorrússia.
A questão dos corredores tem estado em cima da mesa desde o início das negociações, mas a sua concretização tem sido difícil devido a ataques que ambos os lados alegam ter sofrido por parte do exército adversário.
Desde que a invasão russa começou, a 24 de fevereiro, mais de dois milhões de ucranianos fugiram da Ucrânia para países vizinhos como a Polónia, a Moldova, a Eslováquia ou a Roménia, segundo a ONU.
CONFLITO RÚSSIA-UCRÂNIA
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