Guerra Rússia-Ucrânia

Guerra na Ucrânia: não há tempo nem condições para enterrar os mortos em Mariupol

Cidade portuária está a ser arrasada pela artilharia e pelo cerco dos russos.

No sul da Ucrânia, a cidade portuária de Mariupol está a ser arrasada pela artilharia e pelo cerco dos russos. A população luta pela sobrevivência mas desespera sem água, comida, aquecimento e medicamentos. Não há sequer tempo nem condições para enterrar os mortos.

Mariupol é uma cidade sitiada que luta por sobreviver à guerra. Há vários dias que está sem água, sem aquecimento, não tem sistemas sanitários ou telefones. Nas ruas, há corpos deixados no chão, à espera de serem recolhidos.

Enquanto esperam uma nova tentativa de evacuação da cidade pelas autoridades ucranianas, os habitantes de Mariupol lutam como podem pela sobrevivência. O roubo tornou-se generalizado para alimentos e roupas. As lojas estão a saque, embora nas prateleiras já não haja muito para levar.

Estima-se que 200 mil pessoas – quase metade da população de Mariupol – esperam fugir da cidade. Até lá, os abrigos são a única alternativa possível para ficar numa cidade que está destruída.

Nos abrigos, a Cruz Vermelha da Ucrânia presta os primeiros socorros a quem mais precisa, mas os recursos são escassos. A vida faz-se com o improviso de quem nada tem. A Cruz Vermelha tenta minimizar as faltas.

Crianças e idosos incrédulos com a reviravolta que a vida deu nos últimos dias. Nas caves dos abrigos, a Cruz Vermelha tenta confortar quem chora, quem está só, quem está refém de uma guerra que não pediu.

Do lado russo, Moscovo diz que continua a entregar ajuda humanitária ao povo da região de Donbass.

Segundo as autoridades russas, um comboio de 25 veículos, carregados com 220 toneladas de suprimentos, seguiu para Donetsk e Lugansk.

Um repórter da China Media Group encontrou o comboio enquanto se dirigia para uma vila onde visitou uma loja que aparentemente tinha sido usada recentemente como um posto militar.

Até agora, cerca de 190 mil pessoas do Donbass refugiaram-se na Rússia. Moscovo diz que criou 267 centros de alojamento temporário em 25 regiões.

Segundo as autoridades russas, a retirada de residentes de Donetsk e Lugansk em direção à Rússia começou há cerca de duas semanas.

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