Guerra no Médio Oriente

A paz em Gaza é possível ou Trump está a fazer bluff?

João Nuno Assunção, editor de Internacional da SIC, comenta as últimas declarações de Donald Trump sobre a guerra na Faixa de Gaza e condena a morte de mais seis jornalistas no território, considerando que Israel está a tentar "silenciar alegados crimes de guerra".

João Nuno Assunção

Donald Trump voltou a atirar um prazo, de duas a três semanas, para o fim da guerra na Faixa de Gaza. O Presidente dos Estados Unidos disse esta segunda-feira, na Sala Oval, junto ao seu homólogo sul-coreano, que um “fim definitivo” está próximo.

“As declarações têm sinais contraditórios com o que vemos no terreno, onde as tropas estão a intensificar as operações no norte de Gaza, na cidade de Gaza, que Israel considera ser o último reduto do Hamas”, afirma João Nuno Assunção, editor de Internacional da SIC, lembrando que o próprio plano de ocupação da cidade de Gaza “contradiz as declarações de Trump”.

João Nuno Assunção recorda que Donald Trump prometeu acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas e, seis meses depois de ter tomado posse, “não há qualquer sinal de que o conflito que começou em 24 de fevereiro de 2022 tenha um final à vista”.

Hamas aceita proposta de cessar-fogo

No plano das negociações, o Hamas aceitou, há cerca de duas semanas, uma proposta que prevê uma trégua de 60 dias e a libertação, em duas etapas, dos reféns israelitas ainda em Gaza. Um plano nos mesmos moldes de um anterior, proposto pelos EUA, que Israel tinha aceitado.

"Agora, Benjamin Netanyahu já admitiu que vai retomar as negociações, mas exigiu condições mais rigorosas, nomeadamente a libertação de todos os reféns", comenta o editor da SIC.

“Tentativa de calar os média”: já morreram 246 jornalistas em Gaza

O exército israelita matou esta segunda-feira seis jornalistas, elevando para 246 o número de profissionais de comunicação mortos por Israel na Faixa de Gaza. João Nuno Assunção afirma que estão a assassinar "homens e mulheres que revelam o que está a acontecer num território onde ninguém pode entrar e sair".

“É preciso lembrar que pode estar em causa uma tentativa de silenciar alegados crimes de guerra e de calar os media que tentam contar ao mundo alegados crimes e violações de direitos humanos.”

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