Guerra no Médio Oriente

Quase 30 mortes junto a centro de ajuda humanitária em Gaza, Israel diz ter sido obrigado a disparar

Pelo menos 27 palestinianos morreram junto a um centro de distribuição de ajuda humanitária em Gaza, após disparos das tropas israelitas. O exército israelita alega que estes se desviaram do caminho marcado, ameaçando os soldados.

Pedro Miguel Costa

Pelo menos 27 palestinianos morreram junto a um centro de distribuição de ajuda humanitária em Gaza, vítimas dos disparos das tropas israelitas. O exército de Israel diz ter sido obrigado a atirar quando alguns se desviaram das estradas de acesso ameaçando os soldados no lugar.

Pelo terceiro dia consecutivo, as tropas de Israel disparam sobre os palestinianos junto ao centro de ajuda humanitária, em Rafah.

O exército de Telavive diria mais tarde que se desviaram do caminho marcado e que avançaram sobre os militares israelitas que tiveram de responder com fogo.

Maioria dos feridos eram crianças "que foram receber ajuda da fundação”

“Recebemos uma chamada de vários cidadãos da zona, e veículos de ambulância e equipas médicas dirigiram-se para a área. Ficámos surpreendidos com o número de feridos, um número horrível”, relata Sanger Al, oficial de ambulância. As feridas foram “diretamente na cabeça e no peito” e “a maioria eram crianças, crianças que foram receber ajuda da fundação americana”, acrescenta.

Numa altura de fome, esta é a única fundação que está a oferecer comida aos palestinianos, dado que os restantes camiões estão impedidos de entrar em Gaza.

“O plano humanitário atual, sob a Fundação Humanitária de Gaza, parece ser um esforço para alimentar apenas o suficiente civis em Gaza, de modo que esta fome seja depois direcionada de forma mais precisa ao Hamas e aos seus operativos” reitera o Diretor Executivo da Fundação da Paz Mundial, Alex de Waal.

As organizações acreditam que se está a usar a fome como arma de guerra.

“Famílias estão a ser forçadas a alimentar os seus filhos com tudo, desde ração para animais, farinha, farinha misturada com areia moída”, lamenta Alexandra Saieh, chefe da Política Humanitária e Advocacia na Save the Children Internacional.

Ao mesmo tempo que em Gaza há fome, o primeiro-ministro israelita volta a tribunal. Netanyahu é acusado em vários casos por suborno, corrupção, fraude e quebra de confiança. É o primeiro chefe de governo em exercício de Israel a ser acusado de um crime.

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