Guerra no Médio Oriente

"Já não é compreensível": Alemanha intensifica diálogo com Israel e critica operação militar de Netanyahu

A Alemanha, pela responsabilidade histórica no Holocausto, tem sido um dos principais apoiantes europeus de Israel, continuando a exportar armas para Telavive, quando outros países, como França e Espanha, optam pelo embargo. Agora, Friedrich Merz vem criticar abertamente a operação militar de Netanyahu.

Susana Frexes

Bruno Andrade

O chanceler alemão considera que o que está a acontecer em Gaza deixou de ser compreensível. A presidente da Comissão fala numa operação militar abominável. Bruxelas está a rever o do acordo de comércio com Israel, mas ainda não tem data para chegar a uma conclusão.

Já nem o chanceler alemão, que há tempos convidou Netanyahu a ir à Alemanha, esconde a indignação com o que se está a passar em Gaza.

"Chegou o momento de dizer publicamente que o que se está a passar neste momento já não é compreensível e que, por isso, vamos intensificar o diálogo com o Governo de Israel."

A Alemanha, pela responsabilidade histórica no Holocausto, tem sido um dos principais apoiantes europeus de Israel, continuando a exportar armas para Telavive, quando outros países, como França e Espanha, optam pelo embargo. Agora, Friedrich Merz vem criticar abertamente a operação militar de Netanyahu.

"O que aconteceu nos últimos dias vai além do que é urgentemente necessário para garantir a defesa do direito de Israel à existência e para combater o terrorismo do Hamas. A população civil está a ser excessivamente afetada", afirma.

Com Berlim a subir o tom das críticas, também a Presidente da Comissão vem de novo apelar ao fim do bloqueio que impede a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

A deterioração da situação no enclave foi discutida no telefonema de Ursula von der Leyen e o rei da Jordânia, mas palavras mais duras da alemã não estão nas redes sociais e é preciso ir ao comunicado de imprensa para perceber que considera a expansão das operações militares de Israel e a morte de civis e crianças abominável.

A presidente da Comissão diz ainda que o uso desproporcionado da força não pode ser justificado ao abrigo do direito humanitário e internacional.

Há uma semana, uma maioria de países europeus apoiou uma revisão do acordo que gere as relações politicas e comerciais com Israel, sendo que o primeiro passo é perceber se estão a ser respeitados os direitos humanos. Mas Bruxelas ainda não tem data para chegar a uma conclusão.

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