O novo sistema de ajuda em Gaza abriu, esta segunda-feira, os seus primeiros centros de distribuição e começou a entregar alimentos no enclave palestiniano, alvo de um bloqueio israelita de quase três meses, adiantou um grupo apoiado pelos Estados Unidos.
A Fundação Humanitária de Gaza está a assumir a gestão da ajuda, apesar das objeções das Nações Unidas, e o grupo disse que camiões de alimentos, sem especificar quantos, foram entregues nos seus centros e que a distribuição aos palestinianos começou.
"Mais camiões com ajuda serão entregues amanhã [terça-feira], com o fluxo de ajuda a aumentar a cada dia", destacou este grupo, em comunicado citado pela agência Associated Press (AP).
Israel quer impedir o Hamas de confiscar a ajuda
A ONU e os grupos de ajuda humanitária opuseram-se ao novo sistema, que é apoiado por Israel e pelos Estados Unidos. Afirmam que Israel está a tentar usar a comida como arma e dizem que um novo sistema não será eficaz.
Israel pressionou para um plano alternativo de entrega de ajuda porque diz que deve impedir o Hamas de confiscar a ajuda. A ONU negou que o grupo militante tenha desviado grandes quantias.
A fundação iniciou as suas operações um dia após a demissão do seu diretor executivo. Jake Wood, norte-americano, disse que era claro que a fundação não teria permissão para operar de forma independente.
De acordo com a AP, também não é claro quem está a financiar o grupo, que é composto por ex-oficiais humanitários, governamentais e militares.
A organização referiu que os seus pontos de distribuição serão protegidos por empresas de segurança privadas e que a ajuda chegaria a um milhão de palestinianos --- cerca de metade da população de Gaza --- até ao final da semana.
Israel confirma entrada de ajuda humanitária em Gaza
Sob pressão dos aliados, Israel começou a permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza na semana passada, depois de ter bloqueado a entrada de alimentos, medicamentos, combustível e outros bens desde o início de março.
Os grupos de ajuda humanitária alertaram para a fome e dizem que a ajuda recebida não é suficiente para satisfazer as necessidades crescentes.
O Hamas alertou esta segunda-feira os palestinianos para não cooperarem com o novo sistema de ajuda.
Em 17 de maio, Israel intensificou a sua ofensiva com o objetivo declarado de libertar os restantes reféns, assumir o controlo de toda a Gaza e aniquilar o Hamas, que tomou o poder no território palestiniano em 2007.