A oposição ao regime sírio diz que o objetivo é derrubar o Governo. O correspondente da SIC em Israel, Henrique Cymerman, falou com um dos líderes dos rebeldes.
A guerra civil da Síria renasceu nas cidades de Alepo, Idlib, Hama e no noroeste do país.
O palácio do Presidente Hafez al-Assad na segunda cidade do pais, Alepo. foi ocupado pelos rebeldes sírios do exército sírio livre, apoiados por Tahrir a-Sham a antiga Al-Qaeda e por alguns combatentes do estado islâmico.
Os rebeldes que ocupavam uma parte pequena da Síria aproveitaram a debilidade do grupo pró-iraniano Hezbollah e a ofensiva russa na Ucrânia para ressuscitar a guerra civil contra o presidente Bashar al-Assad. Este tinha conseguido manter-se no poder e controlar 70% do território sírio, depois de uma guerra que começou em 2011 e provocou mais de meio milhão de mortos.
Israel matou nos últimos meses mais de 3.000 membros da cúpula do grupo libanês Hezbollah que se uniu ao Hamas na guerra contra o estado judaico.
O Hezbollah, que perdeu quase 80% dos seus mísseis, rockets e drones, ficou debilitado e pediu um cessar-fogo com Israel. Horas depois os rebeldes sírios lançaram o ataque.
Fahad al-Masri é líder de um dos grupos da oposição Síria, Frente Nacional Síria, e está exilado em Paris. Foi porta-voz do "Free Syrian Army" e tem representantes que participam nos combates.
"A atual situação na Síria resulta do abandono a que o país foi votado desde há quase 14 anos. Dez milhões de sírios refugiados, deslocados, sem qualquer esperança de ver uma solução política (...). Tenho a certeza de que Assad chegou agora à última etapa desta tragédia que dura desde 2011. Assad procura uma fuga. Em minha opinião, Assad procura fugir desde há vários anos, mas é obrigado a continuar pelos seus aliados. Assad nunca sairá vivo da Síria".
O Presidente Bashar al-Assad deve a sua permanência no poder até agora a Rússia e ao Irão e entregou a Putin o controlo do porto sírio de Tartus e da base aérea de Latakia por 98 anos. Esta é a única presença estratégica russa no Médio Oriente.
"Bashar al-Assad não tem escolha, os iranianos não têm escolha. Serão obrigados a sair do território sírio, a deixar-nos ter a soberania do nosso território e a escolher o modelo de governação", diz Fahad al-Masri.
Israel segue de perto a situação e reforçou as forças militares na fronteira com a Síria.
A grande preocupação no exército israelita e no Centcom, o comando central do exercito norte-americano, é que o ativos estratégicos de Assad caiam nas mãos dos rebeldes, especialmente dos grupos islamistas radicais. O principal temor é que parte das armas químicas sírias cheguem aos grupos da Jihad mundial, o Estado Islâmico Daesh ou a antiga Al-Qaeda.
Os rebeldes querem chegar a Damasco e derrubar Bashar al-Assad.