Chegaram à Síria várias milícias pró-iranianas. O exército esclarece que os militares entraram pela fronteira do Iraque e dirigiram-se para a região Norte para reforçar as forças sírias nos combates contra os rebeldes. Entre os reforços estão combatentes do Hezbollah. Maria João Tomás diz que a Síria é “um caldeirão de culturas e de etnias”, o que torna mais complexa a perceção do conflito que se arrasta há mais de uma década.
A Organização da Libertação do Levante, considerada como grupo terrorista por muitos países, está em conjunto com o Exército de Libertação da Síria, a tentar derrubar o regime de Bashar al-Assad, Presidente da Síria.
“Assad é de uma minoria xiita que são os alauitas, e eles são sunitas, a maioria do país é sunita, depois temos os curdos a Norte e ainda temos cristãos, mas os sunitas querem derrubar o Governo de Assad, que é xiita. Eles são apoiados pelo Hezbollah, do Líbano e são apoiados também por milícias do Iraque, que são xiitas. Portanto, os tais milícias que entraram pela fronteira do Iraque são milícias xiitas pró-iranianas", explica a comentadora da SIC.
O facto desta ofensiva acontecer agora, numa altura em que a guerra na Síria estava aparentemente adormecida, levanta várias questões e as explicações são várias e complexas.
"O Hezbollah está muito fragilizado no Líbano, portanto, estão a aproveitar essa fragilidade e porquê? A questão está, até que ponto é que a Turquia está realmente a ajudar? E porque é que isto tem uma consequência importante? A Rússia não vai deixar nunca Assad cair porque tem dois portos de águas e tem bases militares na Síria e não vai deixar nunca de apoiar Assad.
E como é que fica Israel no meio disto tudo?
“Israel esfrega as mãos de contente porque o Hezbollah, que já estava fragilizado, agora vai ter que se deslocar para a Síria para ajudar Assad, porque foi a Rússia e foi o Irão que ajudaram o Assad a vencer a guerra”, sublinha Maria João Tomás.
A comentadora da SIC explica que estes recentes desenvolvimentos na Síria, podem de certo modo beneficiar não só Israel, mas também indiretamente a Ucrânia.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão diz que, a pedido de Damasco, vai manter no terreno os responsáveis militares. No Norte da Síria, muitos regressam a casa, depois de anos de combates e violência. Voltam para verificar em que estado estão as casas que deixaram para trás, depois dos combates.
Uma ofensiva lançada a 27 de novembro por rebeldes jihadistas no norte da Síria fez pelo menos 412 mortos, incluindo 61 civis, segundo um novo balanço fornecido por uma organização não-governamental.