Guerra na Síria

O que se está a passar na Síria?

Maria João Tomás explica os últimos desenvolvimentos na Síria, onde os rebeldes lançaram uma ofensiva no Norte do país, que em quatro dias causou mais de 400 mortos.

Maria João Tomás

SIC Notícias

Chegaram à Síria várias milícias pró-iranianas. O exército esclarece que os militares entraram pela fronteira do Iraque e dirigiram-se para a região Norte para reforçar as forças sírias nos combates contra os rebeldes. Entre os reforços estão combatentes do Hezbollah. Maria João Tomás diz que a Síria é “um caldeirão de culturas e de etnias”, o que torna mais complexa a perceção do conflito que se arrasta há mais de uma década.

A Organização da Libertação do Levante, considerada como grupo terrorista por muitos países, está em conjunto com o Exército de Libertação da Síria, a tentar derrubar o regime de Bashar al-Assad, Presidente da Síria.

Assad é de uma minoria xiita que são os alauitas, e eles são sunitas, a maioria do país é sunita, depois temos os curdos a Norte e ainda temos cristãos, mas os sunitas querem derrubar o Governo de Assad, que é xiita. Eles são apoiados pelo Hezbollah, do Líbano e são apoiados também por milícias do Iraque, que são xiitas. Portanto, os tais milícias que entraram pela fronteira do Iraque são milícias xiitas pró-iranianas", explica a comentadora da SIC.

O facto desta ofensiva acontecer agora, numa altura em que a guerra na Síria estava aparentemente adormecida, levanta várias questões e as explicações são várias e complexas.

"O Hezbollah está muito fragilizado no Líbano, portanto, estão a aproveitar essa fragilidade e porquê? A questão está, até que ponto é que a Turquia está realmente a ajudar? E porque é que isto tem uma consequência importante? A Rússia não vai deixar nunca Assad cair porque tem dois portos de águas e tem bases militares na Síria e não vai deixar nunca de apoiar Assad.

E como é que fica Israel no meio disto tudo?

“Israel esfrega as mãos de contente porque o Hezbollah, que já estava fragilizado, agora vai ter que se deslocar para a Síria para ajudar Assad, porque foi a Rússia e foi o Irão que ajudaram o Assad a vencer a guerra”, sublinha Maria João Tomás.

A comentadora da SIC explica que estes recentes desenvolvimentos na Síria, podem de certo modo beneficiar não só Israel, mas também indiretamente a Ucrânia.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão diz que, a pedido de Damasco, vai manter no terreno os responsáveis militares. No Norte da Síria, muitos regressam a casa, depois de anos de combates e violência. Voltam para verificar em que estado estão as casas que deixaram para trás, depois dos combates.

Uma ofensiva lançada a 27 de novembro por rebeldes jihadistas no norte da Síria fez pelo menos 412 mortos, incluindo 61 civis, segundo um novo balanço fornecido por uma organização não-governamental.

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