Guerra no Médio Oriente

"Desproporcionada": Marcelo pede a Israel que reconsidere decisão de declarar Guterres 'persona non grata'

Israel declarou António Guterres 'persona non grata' no país, acusando-o de não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel. Numa resposta a Israel, já esta quinta-feira, o secretário-geral da ONU voltou a "condenar veemente" o ataque maciço de mísseis do Irão.

Rita Rogado

O Presidente da República considera "desproporcionada" a decisão de Israel declarar o secretário-geral da ONU, António Guterres, 'persona non grata' e impedir a sua entrada no país. Marcelo Rebelo de Sousa pede a Telavive que reconsidere.

O chefe de Estado diz que concorda com a decisão do Governo português de pedir a Israel que "repondere". Marcelo Rebelo de Sousa adianta ainda que já falou ao telefone com o secretário-geral das Nações Unidas, depois de ter sido declarado 'persona non grata'.

"Seria muito sensato que as autoridades israelitas reconsiderassem a atitude por ser desproporcionada. O que percebi é que ele [António Guterres] falou em 'lamentar' e eles teriam preferido 'condenar', que o 'lamento' é insuficiente", afirma.

O Presidente da República reitera ainda que, se a ideia é construir a paz, seria "muito sensato" e uma questão de "bom senso" Israel reconsiderar a decisão.

O que está em causa?

Israel declarou António Guterres 'persona non grata' no país, acusando-o de não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel.

"Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz.

Numa resposta a Israel, já esta quinta-feira, o secretário-geral da ONU voltou a "condenar veemente" o ataque maciço de mísseis do Irão.

No dia em que Israel impediu a entrada do português no país, Portugal pediu a Israel para reconsiderar a decisão, que lamenta "profundamente", defendendo a "missão indispensável" de António Guterres para garantir o diálogo e a paz.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, manifestou igualmente apoio ao secretário-geral das Nações Unidas. O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança lamentou os "ataques injustificados" a António Guterres.

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