Guerra na Síria

Na Síria, o povo celebra a primeira Grande Oração sem Bashar al-Assad

Tal como em Damasco, por toda a Síria, milhões de pessoas saíram às ruas para festejar a liberdade. Houve manifestações em Alepo, a maior cidade do país.

Aurélio Faria

Paulo Tavares

Por toda a Síria, a Grande Oração desta sexta-feira levou às maiores celebrações populares desde a queda do regime de Bashar al-Assad. Na mesquita central de Damasco, foi declarado o nascimento de uma nova Nação.

A praça dos Omíadas, na capital síria, encheu-se de gente logo depois da Grande Oração do meio-dia.

Milhares de pessoas entoaram os cânticos da revolução falhada de 2011 e celebraram a queda do regime de Bashar al-Assad. Na praça mais conhecida de Damasco, houve slogans menos políticos e direcionados à mãe do presidente deposto.

Muitos dos manifestantes vieram da mesquita dos Omíadas. Num dos templos mais antigos, os fiéis não tiveram espaço para ajoelhar-se e rezar mas viram o chefe do governo de transição que substituiu o imã da mesquita, e ouviram as preces ditas sobre o futuro da Síria.

Tal como em Damasco, por toda a Síria, milhões de pessoas saíram às ruas para festejar a liberdade. Houve manifestações em Alepo, a maior cidade do país.

Em Latakia, reduto da minoria alauíta a que pertence a família al-Assad, os populares desfraldaram também a bandeira da independência de três estrelas, símbolo da revolta da Primavera Árabe.

Da barbárie nas prisões à incerteza do futuro: a Síria em transição de poder

Nos arredores de Damasco, os combatentes rebeldes encontraram um dos maiores laboratórios de Captagon, a droga sintética que financiava o regime, e fazia da Síria um narcoestado.

Nas instalações que seriam controladas por um dos irmãos de Bashar al-Assad, foram apreendidos comprimidos na valor de muitos milhões de euros.

A nível militar, as atenções mantêm-se centradas na ocupação militar de Israel. Telavive já anunciou que os soldados vão continuar nos Montes Golã no inverno. A presença é justificada pela alegada ameaça que representam os grupos jihadistas e pela existência de paióis de armas químicas em solo sírio.

A situação na Síria motivou a visita-relâmpago e não programada do chefe da diplomacia dos Estados Unidos ao Iraque.

Esta sexta-feira, em Bagdade, Antony Blinken prometeu manter o apoio militar na luta ao Daesh. O autoproclamado estado islâmico mantém focos de resistência em território iraquiano e sírio.

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