O novo governo de Luís Montenegro não tem um parlamento favorável, mas garante que vai ficar por cá os quatro anos. O documento que os deputados começaram a discutir nesta terça-feira não é igual ao que a AD levou às eleições.
Há mudanças significativas em áreas como a Defesa, a Saúde e a Lei Laboral, e há 80 medidas repescadas dos programas dos outros partidos.
O governo tomou posse há duas semanas, mas já ouviu duas ameaças do Chega para ser derrubado. Depois da questão colonial no 10 de junho, agora André Ventura puxa pelas urgências fechadas.
Para já, a fragmentação parlamentar não tem sido sinónimo de grandes impasses. O Chega conseguiu eleger o vice-presidente que tinha proposto para a mesa da Assembleia. Mas, à esquerda, há quem queira entendimentos mais efetivos.
E já há um primeiro diálogo agendado. Luís Montenegro chamou o Partido Socialista (PS) e o Chega para conversarem em São Bento sobre defesa antes da cimeira da NATO. O PS ainda não tem um novo líder, mas vai enviar o candidato único à liderança à reunião com o primeiro-ministro.